30/03/2007

...contra a corrente

...é tudo uma questão de orgulho nacional...o português quando faz algo, fá-lo em grande e sem olhar a despesas. Foi assim quando o Marquês do Pombal construiu parte da Lisboa antiga, foi assim quando construímos o complexo siderúrgico de Sines, foi assim quando colocamos o Centro Cultural de Belém em frente aos Jerónimos, foi assim quando tivemos a ideia da Expo 98 e de construir os magnificos "estádios fantasma" do Euro 2004.
Em todas as épocas da nossa história houve uma marca indelével ,uma assinatura, um legado para as gerações vindouras. Na saga de outras ilustres Obras de extraordinária importância nacional, apresentamos:


" O Aeroporto Internacional da Ota"

...apenas uma nOta de registo antes de assentarem a primeira pedra,

«Portugal é, na questão sugeita, um paíz pobre com apparencia de rico; rico na apparencia, porque se infatua com a ostentação de trez escolas de medicina, pobre na realidade, porque não pode dotar convenientemente qualquer d'ellas.»

Miguel Bombarda

...o TGV segue de momentos!!

29/03/2007

...viver!!


"Viver é a coisa mais rara do mundo.

A maioria das pessoas apenas existe."


(Oscar Wilde).

28/03/2007

...faltou o take!

...é sempre bom, receber a notícia de alguém que nos toca e que arranjou emprego após vários meses de longa ansiedade. A oralidade popular tem um ditado (que outrora se aplicava apenas aos reformados!!) que diz "parar é morrer". Vem isto a propósito da manifestação de jovens convocada presumo eu!?? pela InterJovem (uma espécie de embrião de futuros líderes vanguardista e anti-capitalistas!?).
Nunca a cidade de Lisboa tinha acolhido no seu frenesim mundano tamanha manifestação de jovens (presumo eu, desempregados e não estudantes!?) desesperados com a falta de oportunidade e expectativa de vida. Os jovens desempregados de hoje sofrem um clamoroso défice de liberdade, algo que devia ser inato por natureza. É absolutamente entristecedor ver que o número de desempregados ou de "empregados temporários" é exponencial com o passar dos anos. É caso para perguntar se é este o caminho que o politburo (ou será burro!?) que este e os anteriores governos nos indicaram quando lançaram as bases para a profusão de universidades e cursos superiores na tentativa de encher PortugAll de doutores e engenheiros que escasseavam. Talvez o problema não estivesse em todos aqueles que apostaram na sua qualificação mas antes no take que foi omitido - a criação de emprego estável e duradouro.
Se fosse necessário fazer uma paralelísmo diria que é como a famosa implementação da política agrícola- vulgo PAC- primeiro investe-se na modernização das explorações e na qualificação técnica dos produtores, depois paga-se para não produzirem.
Em Portugal, é assim, vende-se o país como paraíso dos baixos salários, propicíam-se apoios ao investimento, criam-se empresas e passado um tempo fecha-se a empresa alegando baixa produtividade, aumento da massa salarial, falta de flexibilização das leis laborais e muda-se a empresa para a Roménia ou para um qualquer país de mão de obra "semi-escrava", tudo a bem da globalização e com o alto patrocínio da União.
Moral da história: existem contas para pagar, casa para pagar, filhos para sustentar, um sem número de sonhos desfeitos e alguém ao nosso lado que por um azar dos diabos, não apostou na qualificação e hoje está bem melhor do que nós!!
Como é óbvio esse enteado da má sorte não teve a culpa e lutou por isso - facto que merece sem dúvida o nosso aplauso - mas então nós,!? tu e todos aqueles que hoje estavam no Rossio, não têm direito a poder sorrir e a ser feliz!?

Parabéns

27/03/2007

...o velho


"Sê paciente;

espera que a palavra amadureça

e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça."




Miguel Torga

foto:http://www.1000imagens.com/




...esquecimento


...é sempre bom fugir da cidade e do caos! foi o que fiz este fim de semana. Pena é que momentos como este sejam cada dia mais raros já que com o quotidiano intenso com que vivemos, já nem para nós temos tempo quanto mais para aqueles que nos dizem mais directamente respeito.


Resolvi ir viver um pouco da Primavera que "insufla de energias e promessas" que Soeiro Pereira Gomes escreveu. Reparar e sentir a Primavera que nos brinda com a "assunção de flores" que o Torga nos ensinou. Desci pelo monte abaixo e percorri as ruas silenciosas da vila de Ponte de Lima que ainda dormia, por entre o som dos meus passos. Sentir o frio da manhã,que molda as serras que rodeiam a vila, caminhar por entre a ruelas apertadas, saborear o café da manhã, por entre a leitura do Sol na esplanada da Praça de Camões.


Depois fui-me sentar na avenida dos plátanos em frente ao rio Lima, o rio que já o romanos diziam ser o "rio do esquecimento", talvez para me esquecer triste vida que hoje em dia vivemos de segunda a sexta, mas também para ver se na outra margem o "verde das árvores era tão verde como a Primavera passada", tal como Alberto Caeiro disse um dia.


Foi apenas um dia mas por momentos foi bom esquecer


Pela praia do Lima, abaixo e arriba

Que tem tanta virtude de esquecer...

20/03/2007

...amanhã é dia mundial da poesia


Fiz um conto para me embalar


Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.

Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.

Rosas fatais, as três donzelas
A mão de espuma as desfolhou.
Nenhum soube para qual delas
O príncipe do mar cantou.


Natália Correia

18/03/2007

lavagem cerebral


...é por estas e por outras que me sinto bem sendo português. Tive a infelicidade de tropeçar no comando da minha televisão e eís que me deparo com um monento da mais pura portugalidade. É este o progresso e o desenvolvimento que vendemos lá fora, é este o espelho de um Portugal moderno que arranca a todo o vapor...ou será de empurrão!?


acho que dá pelo nome de "A Bela e o Mestre", acho!...não tenho a certeza porque consegui aguentar alguns minutos. Só me ocorre dizer uma coisa...
Beati pauperes spiritu...e já agora acrescento, haja pachorra para aturar isto.
Como se já não chegasem as floribelas e outras donzelas andrógenas que polulam nos canais privados cá da nossa chaparica! Anda um tipo a queimar pestanas, a trabalhar para depois ver a ignorância (sensus lato) a ser premiada!...será que é isto que queremos!? Bem a vantagem é que para quem tem cabo, possui muitos mais botões no comando...

13/03/2007

...olha que dois!!


São 17 os anos que separam estas duas imagens, mas no mais intímo sentido inovador, a lógica é a mesma e o assunto abordado, a continuação da matéria dada. Independente das personagens serem casualisticamente idênticas na maneira de estar na vida e de fazer política- ambos primam pela total incapacidade de reconhecerem o erro, e por uma vontade férrea de mudança, mesmo contra a razão - gostaria de salientar o facto de na capa do Espresso de 20.10.1990 sermos presenteados com uma confortável sala, com mobiliário elegante mas áustero e na segunda, mercê talvez da congetura orçamental, agarvada pelas imposição de fazer baixar o défice público, só encontramos uma vulgar cadeira com assento azul escuro. Gostos!...


Quem está à espera por saber os episódios delirantes da vida do nosso PM desiluda-se...apenas somos presenteados com pequenos fotogramas minunciosamente selecionados da vida do nosso mais do que primeiro. Afinal de contas por 2€ não se pode pedir uma biografia exaustiva do homem, ora essa!!Dá só colorir a imagem que se pretende passar!!



Antes de finalizar uma pequena passagem que revela bem a capacidade de liderança e de análise do nosso PM, ouçamos com a devida atenção:


“Tinha a certeza de que a engenharia não era o meu destino. É o mundo dos pormenores e eu tenho uma inteligência direccionada para o abstracto” – diz José Sócrates


A triste conclusão a que se chega quando se olha para estes últimos 17 anos é que na realidade e excluindo o abstracto estamos pior, bem pior!!

12/03/2007

...o irmão grande!


...as últimas novidades do Ministério da Verdade ( a nossa recém aniversariante RTP!) acerca da concentração das polícias e agências de segurança nacional na pessoa do Grande Irmão fazem-me requar no tempo até ao longínquo ano de 1949. Também nessa altura, do universo orwelliano saiu uma formidável fábula intemporal acerca de um mundo de invasão de privacidade (cruzamento de dados pelos diferentes organismos do Estado!) e avanços tecnológicos que permitiam, tal como agora, o controlo total sobre tudo o que fazemos.

Uma das metáforas mais entusisamantes e que de certa forma foi magistralmente aproveitada pelo Spielberg no Minority Report era o controlo sobre o pensamento - se alguém pensasse diferente, cometia um crime de idéia e fatalmente, seria capturado pela Polícia do Pensamento e consequenemente vaporizado. Hoje em dia, apesar dos desvaneios resultantes do 25 de Abril, existem rumores e episódios burlescos que retratam de certa forma essa opressão à liberdade de opinião. Dois exmplos paradigmáticos: o episódio em redor do juiz Rangel ou mais recentemente, o caso do bloguista Abdelkareem Nabil Soliman , a esse respeito...aqui vi o link: http://www.freekareem.org/.


Tal como no livro tambémm nós devemos utilizar os nossos "Dois minutos de ódio"- parte do dia em que todos os membros do partido se reuniam para ver propaganda enaltecer as conquistas do Grande Irmão e, principalmente, direcionar o ódio contido contra os inimigos- não para atacar, escarnecer ou lixiviar a nossa raíva, mas sim para alertar para o facto de estarmos cada vez mais a ser encerrados numa redoma do vidro, numa espécie de camisa de forças claustrofóbica que nos sufoca a liberdade conquistada pelo nossos pais.


O que é preciso é não deixar que o muro nos cerque completamente e nos impeça de voltar a ver o sol...por isso digo alto e bom som. NÃO!

....the sea said


The Sea said “Come” to the Brook

—The Brook said “Let me grow”

—The Sea said “Then you will be a Sea

—I want a Brook

—Come now”!

The Sea said “Go” to the Sea

—The Sea said “I am heYou cherished”

—”Learned Waters

—Wisdom is stale

—to Me”



(Emily Dickinson)