27/12/2011
...adeus 2011
...que forma sublime de te desejar a ti, Dantas um bom final de 2011. A paródia segue dentro de momentos! Até jazz....
26/12/2011
o 4uarto rei magro
24/12/2011
27/11/2011
...ovos-moles
Dei por mim esta semana a olhar atentamente para a única moeda de um escudo que escapou à purga anti escudo. Refugiada no bolso de um fato, acompanhou as dúvidas dos primeiros meses, sobreviveu às réguas de cálculo e demais conversores da moeda nova, aguentou o embate de sucessivos governos e desgovernos e só acompanhou de perto a euforia transformar-se rapidamente em desilusão. Vou guardá-la. Não pelo valor facial, mas pelo valor simbólico mas sobretudo pelo valor sentimental que me faz despertar. Fomos felizes e tínhamos os pés bem assentes na terra, quando decidimos aventurarmo-nos nessa coisa estranha chamada Euro. Hoje caímos na realidade. E que tombo.
Esta semana houver greve geral. Deu-se por ela, não obstante a previsão optimista e atabalhoada do Governo sobre a adesão. Fiquei na dúvida se por detrás de cada cabide ou por debaixo de cada cadeira haveria um agente infiltrado ou sensor de peso, tal era a minúcia e rigor da percentagem apresentada. Eu acho que ninguém minimamente consciente pode ligar à má vontade do Governo ou ao optimismo desconcertante dos sindicatos. Houve greve geral e ponto final. Qualquer Benfica-Sporting ou vice-versa teria mais efeito sobre a quantidade de sofás cheios e cadeiras ocupadas na casa dos portugueses. E venham elas, pois aqueles que ainda trabalham bem agradecem…há menos filas de trânsito e acaba por ser um dia bastante mais calmo.
O debate sobre o estado débil Eurocrise, prepara-se para atingir proporções cataclísmicas caso a Itália ou mesmo a nossa querida Espanha venham a necessitar de uma ajudinha extra. Dado que aquelas reuniões aborrecidas de croquetes dos G20, e o ménage à deux Merkozy já foi chão que deu uvas, proponho que se crie em sua substituição um Clube Europeu do Lixo, Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e provavelmente…bem deixemos por agora o grémio a cargo de apenas 5 potências desacreditadas que há tempo para novas aquisições. Agora mais a sério, a colocação do “Super Mário” Monti pela Sra. Merkel à frente dos destinos da bota italiana acabou por ser uma vantagem para nós, já que vamos poder comprar antes do Natal o novo disco de canções de amor do caro Sílvio Berlusconi (em opção as aventuras sexuais do Mr. Dominique). Outra grande vantagem para Portugal acabou por ser o alívio da pressão dos mercados e das empresas de rating, por pouco tempo é certo, já que bastou o Senhor de Massamá e o biltre das Finanças traçarem o quadro macroeconómico do OE2012 para que passássemos de lixo vulgar a lixo compostado. Desta vez não podem vir com a desculpa ignóbil que tal se deveu às críticas ou comentários do líder da oposição. Vejam só, até as empresas de rating chinesas já quase nos comparam com os seus produtos especiais, a ASAE que o diga.
Por falar em oposição, sinto-me inseguro em traçar um perfil politicamente claro face ao vazio doloroso que se assiste lá para as bandas do Rato. Sinceramente ainda não entendi bem qual a estratégia está a engendrar, mas talvez o senador Mário Soares esteja mais bem informado, tal a sucessão de intervenções sobre tudo e sobre nada. Ainda não alcancei o significado da tal “abstenção violenta”. Provavelmente deve ser algo relacionado com o que alguns energumes do Sporting fizeram ontem no campo da Luz? Ou talvez aquela manif de indigentes e pobres diabos em frente á Assembleia da República? Ou será que que a violência está relacionada com a actuação proporcionada daqueles senhor camuflado com um cassetete sobre o pobre do alemão anarquista com cadastro violento?
No final, mesmo no fundo do tacho depois de lambida bem a pedra, resta-nos a sopa de letras, servida com uns robalinhos, uma alheira à transmontana e um pão-de-ló como sobremesa. Ainda bem que o julgamento Face Oculta se desenrola em Aveiro, pois enquanto o país se afunda em folgas e almofadas e em negociatas de terrenos, ainda nos resta os ovos-moles para saborear com prazer, estes dias finais de um ano para esquecer
É este o nosso triste fado.
PS: agora que o Advento começou, talvez tenha chegado a hora de darmos o nosso contributo para aqueles que nada têm ou muito necessitam. Eu já dei o meu contributo.
Listagem de IPSS http://www2.seg-social.pt/preview_documentos.asp?r=31553&m=PDF
Cáritas Portuguesa http://www.caritas.pt/site/nacional/
Banco Alimentar http://www.bancoalimentar.pt/
25/10/2011
..o Jardim das Delícias Terrenas
photo by: KVirtanen
20/10/2011
...simbiose de talentos
Straight from the Heart from Teresa Vila Verde on Vimeo.
...adorei Teresa! Superou as minhas melhores expectativas! Dar-vos os parabéns é pouco...tem tudo! a performance servida sobre a forma de autobiologia em que a arte se despe e expõe, de forma crúa, bela e única. Espero que esta seja a primeira de muitas simbioses com a Sofia, encantadora de olhares. O toque da Sofia traz ainda mais poesia à imagem. Palmas de pé. Bravo.
16/10/2011
…uma empada & uma bica sf.f.
PS: a imagem que se segue pode ferir ou provocar ardor a alguns contribuintes mais susceptíveis...
Acabado de aterrar em Portugal no aeroporto de Beja (a viagem mais barata que encontrei para sair de Heathrow!) veio-me à ideia o porquê de construírem um aeroporto em pleno deserto de searas e olivais regados. Estranhei o facto de não existir gente que se preze na fronteira terrestre, nem um follow-me que se dignasse a dirigir o avião à manga que também não existia, aliás não vi nenhuma alma, apenas um rebanho de ovelhas pastoreava o restolho.
Depois de meia hora à espera de uma mala que tardava a chegar à passadeira que não rolava, enfrentei nova fila na esperança de alugar um táxi que me levasse até Lisboa (o meu destino final). Cansado de esperar fiz-me à estrada, e percorri a terra sonâmbula durante algumas horas.
Passado o desnorte por tudo o que me aconteci [já para não mencionar o jet lag na inteligência!] lá consegui entrar numa carruagem vazia que circulava no metro do Porto. Fiquei atónito. Depois de vir apertado no avião com tantas cadeiras vazias, mais uma dezena de lugares à escolha cada um com melhor vista para o granito em que se transformara a minha decepção. Ainda pensei que fosse feriado, enquanto olhava as ruas apinhadas de vultos assombrados que desciam a Rua de Santa Catarina.
Chegado à estação do Poceirão entrei no café da aldeia para uma bucha rápida e pedi uma bica e uma empada de galinha. Estava com um aspecto absolutamente convidativo.
Sentei-me no balcão e olhei para a pequena televisão com box da Meo. Lá estava ele,o rapaz com um ar austero. Disse com um tom perturbado: "Portugueses, boa noite"
….o resto já se sabe!
Estarei eu no local errado à hora errada ou foi imaginação minha? Não. Decididamente não devia ter pedido a bica e a empada de galinha.
Refeito do murro do estômago, continuei estrada fora, e depois de alguma hesitação entre entrar em Lisboa via SCUT ou a nado, optei pela entrada norte via Ponte Vasco da Gama. Tenho um primo que é portageiro lá e consegue umas borlas. Dito e feito. Cheguei a casa tarde mas a senhoria não deu por mim. Óptimo.Mais uns dias de alívio antes de vir pedir o pagamento da renda.
Hoje manhã cedo, o rádio acordou-me com as noticias frescas do dia anterior. Uma multidão de resignados e indignados foi fazer truka para as escadas da Assembleia da República e entre megafones e cartazes, ouviram-se pregões de outros tempos. Ainda pensei que estivesse a sonhar com o PREC, mas não. Parece que se tratou de uma plataforma multinacional,multipartidária de gente diversa e algumas caras conhecidas, que devido a um aumento de capital passaram de geração rasca a mais prosáicos indignados. Maldita empada de galinha, antes um prego com uma imperial, isso ou um pedido de desculpas do Primeiro-Ministro pelo meu enjoo, que se mantém, apesar do kompensan.
Não bastasse má fortuna de este ano ter meio Natal, nos próximos dois anos alguns de nós não têm Natal de todo, nem férias no Allgarve ou lado algum. Aliás não têm nada, só aumento de impostos. Os que talvez tenham Natal e/ou férias vão trabalhar mais meia hora por dia, e dizem que isso vai contribuir decididamente para o aumento da produtividade e compensar a descida da TSU.Acreditamos sinceramente com toda a fé. É nisso e no Pai Natal.
Ainda não imaginei o alcance da tal meia hora, nem o alcance dos 3 mil milhões que o Governo não vai gastar com a cativação dos subsídios (politicamente falando trata-se da tal redução da despesa pública que todos os sectores da vida pública exigiam; querem cortes na despesa, ei-los!).
Mas não deixa de ser coincidência esta conversa de milhões ter algumas dissemelhanças com aqueles primeiras notícias do buraco do BPN que não iria afectar de todo o Estado ou os particulares. Em suma, a velha conversa fiada de sempre do cú com as calças. Juro. Qualquer coincidência entre as temas é tão ficção como a dívida encapotada do Sr. Alberto.
Depois de algumas águas do Castello [passe a publicidade], ainda mal refeito da maldita empada lá ganhei coragem e enfiei a família no centro comercial a passear o cão nas montras e aproveitara borla do ar condicionado. Eu não sai, nem para aproveitar o desconto na Repsol. Estou a tentar poupar para os cortes e acréscimos que ai vêem, tem de ser. Alguém tem que pagar as energias renováveis, alguém tem que tapar o estranho [???] défice energético da EDP.
Core tier 1. Gosto deste estrangeirismo. Faz-me lembrar gravatas e bancos. Eu acho é que eles não gostam nem do termo, nem da solução, nem dos 12 mil milhões de euros que andam para aí! É como o programa de emergência social, tem o mesmo saboramargo que as medidas do défice que ele não pariu.
Perguntam: "Como foi possível acumular tantos erros e acumular tantos prejuízos?". Fácil!. Não existe moldura penal para punir os culpados. Mas também não parece existir grande vontade de a formular.
Eu devia sair, parece que os combustíveis vão aumentar 1 a 2 cêntimos amanhã. Volto já.
lembrei-em agora que deixei o casaco no aeroporto. Sabiam que o aeroporto de Beja foi projectado para estimativa de um milhão de passageiros em 2015 e nos primeiros 4 meses de funcionamento apresenta o curioso número de 44 voos com um média de 18,1 passageiros/voo. Custou a módica quantia de 33 milhões de euros e uns cêntimos de ilusão. Ora aí está uma boa forma de o nosso Ministro da Ignomínia sair da toca onde se arrependeu, e apresentar uma boa alternativa para aqueles barracões. É uma pena, a paisagem em redor até é bonita, um bocado diferente dos casas desarrumados de Camarate. A sério.
Depois de meditar sobre a empada de galinha cheguei a uma conclusão óbvia sobre o momento periclitante que vivemos, ouçamos a minha Lição de Sapiência:
- Não é pelo facto do Isaltino preencher requerimentos atrás de requerimentos no Tribunal Constitucional para protelar a sua prisão, que o Alberto vai deixar de ensaiar números de circo ou que o Sr. Coelho vai deixar de andar com a vassoura atrás a fazer figura de parvo.
- E também não é pelo facto de estarmos a presenciar o maior roubo desde a queda da monarquia que o Comendador vai arranjar um pavilhão na Plataforma Logística do Poceirão para armazenar a sua colecção de Arte Moderna.
O problema é que, em vez de uma empada de galinha e um café devia ter pedido a sopa do dia que ficava mais barato. Isso sim.
Mas confesso. Fiquei com o coração desfeito [ainda tenho!] ao ouvir o bispo vermelho emérito D. Martins a profetizar uma espécie de apocalipse agora com manifestações, rebentamentos e sangue. Descansei quando fui reler o Canto IV dos Lusíadas. O D. Martins peca pelo exagero da figura de rastilho que emprega na sua crónica. O Velho do Restelo é que tinha razão, ainda que a espaços, fique com impressão que até o Velho do Restelo nos dias de hoje é bem mais optimista do que o nosso Ministro da Fazenda ou o responsável pela redacção dos discursos do Primeiro-ministro.
Depois de um café em casa [aproveitando o facto do IVA ainda não ter subido decidi comprar um carrinho de compras do lote arábica e timor à loja do Sr. Belmiro que dá super descontos aos tansos e entrega os impostos na Holanda para fugir ao fisco português; gesto patriótico] retemperei a boa disposição pelas páginas dos jornais e descobri coisas tão desinteressantes como as personagens do Secret Story ou o Peso Pesado [pausa para vomitar!]:
- Para além de existirem 99% de indignados a esta hora em Wall Street, parece que há um antigo secretário de Estado responsável por um negócio ruinoso de 600 milhões de euros com uma construtora e curiosamente está neste momento na Comissão de Obras Públicas. Más-línguas! - pensei.
- Foi descoberto um buraco de 200 M€ no Fundo de Pensões dos Trabalhadores do Santander-Totta resultado de algumas operações em fundos de futuros. Trocos!- retorqui.
Pior do que a digestão da empada de galinha, é imaginar que afinal de contas surreal é imaginar que isto tudo se resolve com meia hora a mais de trabalho ou cortar nas prendas das miúdos e nas férias no areal. A solução é continuar a filosofar, nem que seja com croissants.
Como diria o Mário Zambujal, longe daqui é que se está bem. Piores dias nos esperam.
Post-morten: desenganem-se aqueles que pensam que calças com boca-de-sino e colarinhos do tamanho de asa do avião estão fora de moda, com orçamentos familiares da década de 70 e encargos de séc. XXI, haja coragem para voltar a usar sapatos de tacão alto para elevar o ânimo. E vivam as marmitas.
13/10/2011
...estais cegos!
Padre António Vieira, in "Sermões"
09/10/2011
...a relatividade de Escher
Produtividade, S.A.
A certa altura podemos questionar se o facto de na Constituição indicar que o SNS é universal e tendencialmente gratuito (idem para a Educação), impede que alguns serviços não possam a ser comparticipados. Aparentemente, é o que está previsto vir a acontecer. Isso não implica que a Constituição tenha de ser alterada, aliás, uma coisa que a Constituição não prevê nem aponta é para a continuação dos desperdícios, isso sim é que é lamentável
A Constituição matematicamente falando define conceitos abrangentes, médias, máximos denominadores comuns, e o diabo a quatro. Num país onde abundam, livros brancos, livros verdes, recibos verdes que eram azuis e agora são electrónicos, nuns pais já tudo foi estudado, e o que não foi estudado necessita de ser repensado, é caso para dizer, crie-se uma comissão para estudar o caso. Ou então mude-se a constituição, que apesar de sermos uma democracia imberbe, já foi modificada 7 vezes!
O motivo atendível foi uma espécie de persona non grata do famoso programa de Constituição que o PSD pretendia ver discutidas. Depois de enxovalhada na praça pública, e envergonhadamente colocada na gaveta, o Governo volta à carga com algo bem mais maquiavélico, a falta de produtividade e a inadaptação ao posto de trabalho. Todos sabemos que se há conceito abstracto e ardiloso, é a adopção de metas de produtividade.
Tomemos por exemplo o Sr. X que trabalha no Cemitério de A-dos-Aflitos. O sr. X consegue aviar 5 clientes/dia (abertura da cova com enxada, entrada do caixão com auxílio de corda de nylon já com algumas emendas e cobertura final com terra e acabamento final). A câmara municipal de A-dos-Aflitos vê-se compelida a privatizar o serviço público que providenciava (devido a uma alínea do acorda da Troika) e transfere essas competências para a empresa privada de um primo da secretária de vereador do urbanismo da Câmara Municipal. Mudança radical de paradigma. A nova empresa estabelece que o Sr. X para rentabilizar todos os encargos e gerar uma margem que proteja o corpo accionista, necessita processar 8 clientes/dia e vê o seu horário reduzido em duas horas por dia, bem como o ordenado que leva ao fim do mês cuidadosamente aliviado na mesma proporção. Mas nem tudo é mau para o Sr. X. A nova entidade gestora oferece agora um seguro de saúde, para o qual é descontado parte do ordenado do Sr. X (até pode descontar mais tarde no IRS!!) e assim, deixa de ser necessário faltar ao período da manhã para ir para a bicha que se forma à entrada do centro de saúde À espera de uma consulta d urgência ou para uma marcação de uma consulta para um dos dois médicos de família que ainda dão consultas. O Centro de Saúde deve fechar nos próximos meses, estando os serviços a ser concentrados no hospital distrital que fica a 54 km. Já ali, mas antes há que atravessar a serra pela estrada municipal que não vê obras de reabilitação desde o século passado. O sr. X só tem motivos para sorrir e aumentar a sua produtividade. Tem é que despachar 8 clientes.
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Madeira shaken, not stirred
Hoje há eleições na Madeira. A Madeira é uma ilha, ou antes um arquipélago. Aparentemente tem um buraco. Em termos matemáticos o Buraco nas contas da Madeira é qulquer coisa como o buraco da empresa pública REFER. No caso da REFER, por norma, quaisquer desvios e gastos excessivos são imputados aos maquinistas e em menor proporção aos vendedores de bilhetes (estes pelo facto de serem invariavelmente antipáticos!). No caso da Madeira, será difícil apontar bodes expiatórios, pois a haver “não renovações ou reformas compulsivas” seria necessário um comboio humanitário de milhares de madeirenses para o Continente (que ninguém quer!) ou então preparar as ilhas desertas para albergar uns quantos milhares de pessoas, incluído o chefe da banda e o director do Jornal da Madeira. Também há a opção de alugar uns quantos barcos a remos ou reduzir para metade as tarifas aéreas da para a América Latina. Ainda assim penso que a melhor opção é mesmo deixar os madeirenses resolver o seu problema…mas com os devidos cortes nas transferências do Continente por forma a contrabalançar essa aptidão irascível para gastarem mais do que podem e devem.
PS: alguém acha normal as empresas públicas madeirenses transportar eleitores em dia de eleições? Se existe alguém atirem-lhe a primeira pedra!
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A importância de se chamar Álvaro
Temos a felicidade de ter um Ministro simpático da pasta da Economia que se chama Álvaro. Apenas Álvaro e não mais do que Álvaro. Não foi escolhido pelo facto de ter editado um livro “Portugal, na Hora da Verdade (Gradiva, 2011), passe a publicidade mas porque tem um je ne sais quoi de Steve jobs da economia: visionário e sanguinário, e alguns apóstolos no Conselho de Ministros.
“Na política de transportes quase tudo terá de mudar” dixit. Só foi pena ter-se esquecido do Plano Estratégico dos Transportes em casa e ter vindo com a famosa conversa do 31 de boca. Mas adiante. Concordo com todas as opções tomadas, mais fusão menos fusão a confusão, desde que se acabe com a confusão nos transportes e com as regalias injustificadas. A parte triste da história é mesmo não existir desde a década de 80 do século passado uma abordagem séria aos transportes em Lisboa e Porto bem como no resto do País. É que pode não parecer mas Portugal também é para lá de Lisboa e Porto.
Conselho: amigo Álvaro da próxima deixe as cópias a cores do power-point e leve o Ipad, de certeza que vai fazer um figurão. Desta fez fez apenas má figura.
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Manif
…eu queria falar sobre as manifestações violentas de hordas de hunos da CGTP-IN e alguns UGT disfarçados de avó da capuchinho vermelho mas o Alberto João Jardim entrou aqui na redacção e disse que “Não queremos comunas aqui!…». Fica para uma outra oportunidade quando o Alberto João estiver a enxovalhar os deputados da oposição e o Presidente Cavaco no quarto de hotel a ver o Panda Biggs.
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Paradoxo de Escher
Este holandês apaixonado pela matemática foi mestre na criação de realidades impossíveis. Da mesma forma com a mesma argúcia, o nosso Governo está refinado na desconstrução de toda a lógica socialista das últimas décadas e paulatinamente tem vindo a criar a realidade utópica e insustentável de sobrepor na mesma receita: recessão e crescimento económico. Falar em cortes, sobrecarregar a carga fiscal restringir o crédito e desincentivar o consumo é tão benéfico para economia como um chapéu-de-chuva em pleno deserto. Aliás, o chapéu ainda faz alguma sombra…
06/09/2011
24
Desde que o Governo da nação tomou posse, ou melhor desde a primeira conferência de imprensa que o nosso “autómato” ministro da fazenda agendou, a sucessão de boas notícias inflamam os espíritos mais comburentes da nossa massa sindical. A cada medida corresponde um episódio ao melhor estilo 24. Só ainda não entendemos quem interpreta verdadeiramente o papel de Jack Bauer, pois todos os ministros actualmente (e ainda) no activo se comportam como corsários da pior cepa. Já não sei qual das medidas mais dolorosas, se a alteração dos escalões de IRS, o corte no remanescente do subsídio de Natal ou se o aumento de IVA na electricidade (não utilizo gás natural, pois não vou em barretes!).O certo é que a sucessão de más novas é de tal ordem, que já começo a antever um final ao velho estilo technicolor Gone with the Wind…e no fim morreram todos, menos a jovem Scarlett O’ Hara. Também neste particular não sabemos bem quem desempenha o papel de Scarlett mas pressinto que seja a jovem ministra da Agricultura.
Entretanto e com óbvia mudança de paradigma, o eternamente jovem Seguro desempenha agora o papel ingrato de virgem arrependida face ao caos deixado pelas forças do mal do império cor-de-rosa. É notoriamente difícil desempenhar o papel de líder da oposição quando parte significativa das medidas duras aplicadas pelo actual executivo a mando da omnipresente troika, o tornam cúmplice signatário e co-responsável em primeira mão, apesar da assinatura ser do outro que decidiu tornar-se filósofo de café em Paris.
«Em Portugal, há direito de manifestação e à greve, direitos que estão consagrados na Constituição e que têm merecido o consenso alargado em Portugal. Não confundiremos o exercício dessas liberdades com os que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal». Não fui eu que disse, foi o actual primeiro-ministro. Isto faz dele:
1) Um opressor dos direitos dos trabalhadores e restantes afectados pelas medidas chatas em começar a estilhaçar vidros de multinacionais como a McDonalds, Hugo Boss, Louis Vouton, Calvin Klein, Armani, Burberrys e Adolfo Dominguez?
2) Um repressor dos direitos dos trabalhadores e restantes desgraçados pelas medidas impostas, de incendiarem mercedes, bmw e audi dos ministérios do Terreiro do Paço?
3) Incentivador de manifestações pacíficas aos fins-de-semana no parque Eduardo Sétimo com Tony Carreira ao vivo, sardinhas assadas, sandes de torresmos e couratos regados com cerveja Sagres?
Escolha a sua opção.
Mas não deixa de ser piada, pois um dos remoques diversas vezes utilizado pelo PSD em tempos remotos de oposição foi a aparente asfixia democrática e o medo que o anterior executivo imprimia sobre tudo e todos, a começar pela empregada do quarto do sr. Strauss-Kahn. Talvez esteja enganado mas isto tem um nome: tiques pidescos!
Querem revolução, querem tiros e puxões de cabelos? E que tal começar por fundir freguesias desavindas e “mini” concelhos, e colocar um fim á eternização de alguns caciques do poder local e regional. O Francisco Louçã numa das suas raras aparições, no alto da sua azinheira, gritava esta semana que era necessário um novo 25 de Abril. Caro Dr., estamos em Setembro. O que é premente é mesmo um 11 de Setembro á nossa moda, com muito alho e orégãos.
Mas antes, talvez não seja má ideia consultar a frau Merkl pois está visto que tal como ontem, hoje é necessário uma avalização superior.
Tenho uma dúvida e necessito de uma resposta para um enigma:
Entre uma lipoaspiração do Estado e um transplante de fígado do nosso Ministro da Saúde, qual optaria? Ele já disse que se lixe o tipo do transplante mas mesmo assim contínuo com séries dúvidas se o seu colega Gaspar não optaria antes por mudar a taxa de IVA do leite com chocolate como o seu antecessor pretendia!
Fazendo um saltinho para o assunto fétiche do Expresso, começo por afirmar sobre compromisso de honra que não pretendo integrar os quadros da Ongoing nos próximos meses, no entanto gostaria de saber aonde reside o Segredo de Estado invocado pelo Sr dos Passos, depois do pedido ultra-rápido para investigação urgente ao caso das escutas do jornalista. Estaremos nós à beira de um mini Watergate à portuguesa ou só um mero caso passional? É que se o caso era só o facto da mulher do outro ter estado casada com um bem sucedido empresário madeirense estou mais descansado! É sinal que os nossos serviços secretos estão a trabalhar para a segurança efectiva do Estado.
Decidi que não iria utilizar o termo colossal nesta crónica de bons costumes, mas o raio da palavra enche-me as medidas cada vez que olho para as primeiras páginas dos jornais ou leio os artigos de alguns spinners e fazedores de opinião. Eu diria que há muito boa gente que ainda não tirou os presuntos de cima secretária e andou pelo país a ver a miséria que abunda. E depois não me venham falar em sacrifícios repartidos por todos, ou impostos solidários. Tretas.
Alguém sabe como é que está o resultado do jogo boys do PS que saíram vs. Boys do PSD e CDS que entraram?
Hoje foi um dia bom: ainda não aumentou nenhum imposto, o último foi ontem como preços do gasóleo. Mas hoje não, apenas um hipotético imposto sobre a “fast-food”. Folclore.
Eu gostava de criticar as últimas alterações nos escalões de IRS, mas a impeditivos de ordem moral impedem-me de o fazer. Eu tal como o Américo Amorim sou um mero trabalhador.
E para terminar, se a troika “versão banca” começar a ver as gavetas fechadas à chave ou os processos “debaixo do tapete”, será que mesmo assim os nossos bancos vão sair incólumes? Esta e outras questões dicam para o próximo episódio 24.
03/09/2011
08/08/2011
...notas em C maior
Cedo, bem cedo desci o monte e quando entrei já o abade estava atrasado. as moças de cá cantam mais alto, com adoração. permaneci no fundo da igreja encostado ao portão de madeira velha, ao meu lado os grãos de arroz do último enlace. não pude deixar de sorrir quando o senhor abade dedicou parte da homília ao jovens, esses jovens que esquecem o próximo, que esbanjam o tempo em concertos a ouvir essas músicas demoníacas, esses ritmos infernais. senti o libelo acusatório a passar ao lado dos pobres de espírito e atingir aquele pecatori que ali jazia. ainda pensei esculpir na parede de granito o mea culpa, mas depois lembrei-me que ainda tinha o john coltrane para exorcizar os tais ritmos do demo.
Chove, mas mesmo assim segui estrada fora por entre rios de suor que desciam serra abaixo. em redor da albufeira o silêncio. apenas quebrado pelo ondular das folhas e o bailado que o vento ondulava no plano de água. na vila, um punhado de rostos á porta da tasca. olham vagos para o céu que não dá tréguas. agosto, dizem. duas moças apressam os passos com os sacos de pão e hortaliças. entrei no café, ao som do pequeno rádio a pilhas e pedi o costume e um jornal. ao meu lado escreviam-se as notícias do jogo d’ontem, na pequena grafonola, o tipo que mamava nos peitos da cabritinha.
- quanto lhe devo?
a senhora sorriu enquanto ainda pingava uma gota de bagaço no copo vazio ao meu lado. senti o aquele cheiro misto de madeira velha e álcool embriagado.
- são 3,65!se tiver trocado agradeço.
paguei com as poucas moedas que sobraram ontem da festa, depois de uns tiros certeiros. no jornal, o sporting perdeu. novamente.
sai e ainda chovia, e no regresso o mesmo silêncio inundava o pára-brisas com aquele som de outras estações do ano. devo ter recuado no tempo, certamente.
Calma. em casa ainda se roubam sonhos. lá fora o vento leva o tempo.
Cantam os sinos lá fora. 7 da manhã. ouvem-se passos leves aqui pela casa. o tecto de madeira range com o sabor da manhã solarenga.
09/07/2011
...renascer
05/06/2011
...clear conscience
29/05/2011
...Festa do Cavalo de Porto Salvo
Mas não desesperemos, são só mais quatro dias, e depois logo se vê quem vai ser o chefe da banda!...
08/05/2011
…remédio dos ratos! “ouvistes”?
Para uma consulta mais atenta do prospecto informativo deixo aqui a versão traduzida o inglês do Mr. Blue Eyes, para o português suave: press hereDescansem e alegrem-se Portugueses, Eu consegui um bom acordo. Melhor do que o dos filhos da mãe gregos e os babateiros dos irlandeses! O nosso Governo não vai retirar o subsídio de férias e Natal a ninguém! Andavam por ai uns amigos malandros do Carrapatoso num concurso de ideias terríveis “Mais Sociedade”, uma espécie de Estado Gerais do PSD mascarado de lobo mau, mas Eu não deixei!
06/05/2011
05/05/2011
... má cher Marta!
...Marta chérie (ne pas confondre avec la outre avec o mesmo nome do OK TeleSeguro ). Ciente de lá extremenécessité d'approfondir a tuas compétences dans la langue française, je propose umas aulas prolongé pour une durée ilimitada, d'un grand maître de la língua du fromage e avec.
Dans os l'intervalles, enquanto tu en apprenant les virtudes de l'ajout de chocolat au repas por tudo e por nada, o mesmo acontecendo com o fromage (moins la tasse de l'eau!), Quelques conseils:
primeiro- Tout d'abord: les Français sont la nica race dans le monde é arredores qui utilisent le pare-choques dans sa fonction, si vous estacionares votre voiture avec lá matricule dessa terra, é normal que eles batam de façon répétée dasn les pare-chouqes , même si elles ont deux metros de chaque côté, ne soyez pas surpris, são mesmo totós!
-dernière: les Français, même s'ils ne sont pas bonnes gens como a gente já sabe, ne laissent plus de deux pieds à la voiture devant et derrière (é uma questão que medires!), parce qu'ils aiment vraiment à utiliser le pare-chocs!Há maluques para tudo!
Ai gaja, ainda a esta horas deves estar a preparez la válise de charton!
Bisous et un botaille de Bordeaux em tua honra!
18/04/2011
...trim, trim
04/04/2011
...primavera?
22/03/2011
...nos tempos do rei Artur
...foram 70 anos a fazer história na rádio e na televisão!Apagou-se hoje a voz do nosso Artur Agostinho, um grande homem da rádio e sobretudo um grande sportinguista!
20/03/2011
..cruzes canhoto
(photo by: do grande fotógrafo Eduardo Gageiro)
12/03/2011
...acordar
Então, rosa a rosa murcharão meus ombros.
Quer dizer que a sombra carregará meus sentidos
de distância, como se tudo fosse o cheiro
que as ervas pungentemente perdem
através do silêncio.
Plácido chegarei à mesa, e de súbito
meu coração se atravessará de gelo puro.
O vinho? Perguntarei. Flores de sal cobrirão
a luz poderosa do meu olhar.
Tempo, tempo. Eu próprio perguntarei no recente
pasmo da minha carne: o vinho?
Rosa a rosa murcharão meus ombros.
Então lembrarei a vermelha resina, o espesso
murmúrio do sangue,
o ocre e sobrenatural aroma das acácias.
Tentarei encontrar uma forma.
Com beijos antigos um momento ainda queimarei
o corpo solitário da amada, direi palavras
de uma ternura azebre.
E uma vez mais me perderei, dizendo: o vinho?
Rosa a rosa murcharão meus ombros.
(Photo by: Michael Papendieck)
06/03/2011
...o ano da morte de Alberto Granado
Confesso que fiquei espantado para não dizer intrigado quando hoje de manhã vi que os Homens da Luta tinham vencido a edição deste ano. Como diria o nosso caro Primeiro “este é um momento histórico”. Da mesma forma que a revolução de jasmim nasceu do Facebook e das redes sociais, por cá o povo tomou a palavra e por momentos pudemos saborear um doce aroma a PREC como há muito não se via neste país. É caso para gritar bem alto: tragam-me um cabaz de madeira para eu subir e gritar!. É disto que o povinho é gosta!
Espero sinceramente que a Cimeira de Primavera decorra com o vento de feição e que em Outubro possamos celebrar de forma entusiástica a Oktoberfest sem o catarro dos mercados, nem a micose do FMI a assar as pertuberâcias nacionais.
Notas do chefe de mesa: recomendo vivamente o filme Black Swan uma petit chef-d’oeuvre com uma interpretação notável da bela Natalie Portman (profunda admiradora do irrecuperável Galliano) e por último uma lufada de ar fresco em termos de banda desenhada: Rango, um extraordinário western spaghetti camuflado com humor por um camaleão com problemas de identidade, uma banda sonora sob a batuta e mestria da ILM. Sabe bem o cinema pipoca sem os incomodativos óculos 3D!
Bom Carnaval!
photo by: Michael Papendieck