…cruzes canhoto! Se dúvida alguma existisse, os comentários das últimas horas dos mais diversos quadrantes políticos dissiparam as nuvens de incerteza sobre a época que celebramos. Se não é nas palavras do Dr. Portas no soporífero Congresso do CDS, onde a alusão à cruzinha numas hipotéticas eleições em que o CDS vai ser Governo foram o prato forte, ressalta evidente nas palavras duras da Paula Teixeira da Cruz acerca da data da tal carta que o nosso Primeiro rascunhou e enviou para o amigo “porreiro pá!” Barroso [abra-se já uma comissão parlamentar e chama-se o Presidente dos CTT!]. Até o camarada Jerónimo doutor nas artes pagãs da doutrina marxista veio esta semana a púlpito declarar que o Governo oferece aos portugueses uma da duas cruzes, qual delas a mais dolorosa. Não há notícia de que alguns dos fiéis se tenha benzido após a apologia da morte do senhor Sócrates, morte política está claro. Mas voltando aos teixeirismos, o nosso ministro da Fazenda inaugurou também a semana que agora passou uma nova forma de abordagem aos assuntos do estado das finanças: conferências a conta-gotas seguidas de declarações bombásticas e terríveis. Como se não bastassem três PEC [nunca entendi bem onde encaixava a palavra crescimento nisto tudo?] agora o novo alvo a abater são os pensionistas e os futuros desempregados, quer por via da diminuição do tempo de subsídio, quer [ainda mais avassalador!] pela diminuição abrupta da própria indemnização! Se há medidas que dificilmente compreendo, esta é uma delas. Em que medida este ataque ao proletariado se insere numa política dita socialista, democrática e dinamizadora do emprego. Em que medida vai contribuir substancialmente para diminuir o défice português? Procurei a resposta a esta pergunta por debaixo do tapete da minha secretária mas nem o pó vislumbrei. Aliás encontrei a resposta no protesto da semana passada materializada nas famosas notas de 500 euros com a estampa do nosso Primeiro. Mas descansemos irmãos, provavelmente ainda nos próximos meses somos capazes de ser novamente chamados a colocar a cruzinha na folha das falsas ilusões, ou não, dependo da capacidade do sistema informático em reconhecer os portadores da cartão do cidadão.
Ainda assim continuo com uma dúvida: será que o nosso Primeiro também escreveu uma carta com o manifesto eleitoral da sua recandidatura ao PS à Angela Merkel? ou enviou em correio expresso para chegar antes da conferência de imprensa de ontem?
Outra dúvida que me apoquenta é a falta de protagonismo nos media da grande manifestação da CGTP, que ontem levou pela segunda semana consecutiva, milhares de descontes [provavelmente os pais dos da semana passada!?] à nossa primaveril capital. Será que a falta dos 20 skinheads e dos clientes do BPN fizeram a diferença? Os Homens da Luta também estiveram lá ontem,pá camaradas! Ai cruzes canhoto…
Por último, não ouvi os comentários do nosso Presidente acerca da memória dos soldados que caíram no teatro da guerra do ultramar, mas pelos vistos ainda bem que não ouvi. Também me parece que não vou ouvir tão cedo os comentários que ele não vai fazer acerca da crise política em que o nosso País se encontra mergulhado. Afinal o que está em causa é do foro dos correios. Não é matéria séria como escutas telefónicas ou assuntos relacionados com a Região Autónoma dos Açores.
(photo by: do grande fotógrafo Eduardo Gageiro)
Sem comentários:
Enviar um comentário