04/01/2016

...33 rpm

…não gosto de balanços. Salazar deu-se mal com eles. Mas aqui fica uma resenha rápida do que nos ainda espera nos próximos 366 dias. Sim este ano provavelmente recuperamos alguns dos feridos que nos foram subtraídos pelos jacobinos, mas para nosso gozo o calendário gregoriano vai trocar as voltas aos mais distraídos.


...sobre os três reis magos

Começo por aquilo que não devia ter começado…ainda me recordo do discurso de êxtase ressabiado do ainda PR Aníbal. Foi talvez o pior discurso de vitória que assisti em toda a minha longa carreira de atendedor de abetardas políticas. E um fiel prenúncio do que ai vinha…gostei particularmente do seu último discurso. Semper fi à refinada arte de ‘bolsar’ vulgaridades e falsos sentidos de Estado, como se fosse o fiel guardador da tábua sagrada com a Lei Fundamental, que jurou cumprir mas não fez mais do que usurpara tudo o que nela foi escrito.

Que belo exercício narcisista nos ofereceu V. Exa. que discurso encantador nos ofereceu ao melhor trejeito de outros grandes ilustres contadores de viagens e estórias do eu. Erudito na desfaçatez e ridículo na posse de Estado que nos ‘avergonhou’.

Cumpra com honra, um longo silêncio na cave mais recôndita do gabinete apalaçado onde escolheu passar o purgatório do esquecimento. Lá encontrará por certo as 30 moedas de prata que lhe faltaram para conseguir viver com alguma dignidade ao longo destas últimas décadas. Sobre o seu cadáver político brindo com um copo de licor de romã, fruta muita apreciada por gente com saber e algum sentido crítico.

Seguindo a ordem nobiliárquica do Estado, em júbilo realce para a ultima representação do ‘Paulinho das feiras’ o verdadeiro líder da nação nos últimos 5 anos:

Gostava de saber qual o estado de alma do Paulinho no momento de decidir quem o sucede (espero!) para sempre! Questiono-me se o day after no Caldas será uma normal manhã de segunda-feira de ressaca ou de apoplexia?!O Congresso segue dentro de momentos, isto se entretanto não caírem na tentação pecaminosa de também sufragar o novo presidente com a instituição estranha do voto popular! Seria engraçado ver todas aquelas vendedoras de pregões que dançaram o tango da desilusão, rumar às diferentes sedes desse micro mundo reinventado palácio que se transformou o Caldas.

Relativamente aos pré-candidatos democrata-cristãos estou indeciso entre aceder uma vela pela Cristas ou brindar com um porto pelo Nuno de Bruxelas, mas estou certo que as catacumbas do bairro da Madalena hão-de ser mais concorridas do que os Valinhos no mês de Maio. Um deles terá a tarefa ingrata de não estragar a Capelinha das Aparições. 

Quanto ao ‘Paulinho das Feiras’, espero que volte rapidamente para assuntos empresariais relacionados com jornalismo, de onde nunca devia ter saído. Aliás, tarde e a más horas descobriu que afinal os partidos políticos não promovem o mérito, entre outras coisas…

Relativamente àquele fulano neoliberal bacoco de Massamá, não vou rezar nenhum padre nosso pois o sobre o seu cadáver ainda não deu à costa e o seu legado para a doutrina social democrata ainda será tema de análise mais acutilante, um pouco antes de lhe colocarem a etiqueta no dedo do pé.

Por falar em Costa, uma palavra de apreço para o nosso taliban financeiro. O nosso mulhah das resoluções é uma espécie de talismã para os abutres do mercado financeiro. Já esgotei a minha cartilha de encómios para louvar o senhor.

Sobre o nosso proto candidato a prémio nobel da literatura, o Eng. Sócrates


 ...remeto-me a um prudente segredo de justiça, não vá alguém deslindar qual o pensamento que me ocorre alvitrar…

..sobre o apocalipse logo a seguir ás previsões de Nostradamus e as conferências de imprensa da anterior maioria



Acabou a estratégia ad terrorem. As bolsas europeias não sucumbiram à blitzkrieg bolchevique que se abateu sobre o nosso país. O euro não entrou em colapso e as taxas de juros mesmo nas maturidades mais baixas não chegaram ao extasiante default. Um novo clímax de esperança se aproxima sobranceiro ao precipício eminente. Sinais dos tempos ou da mais absoluta insignificância a que somos votados pelos insidiosos mercados.

Ao ano que agora jaz, boa companhia faça aos ilustres que este ano nos deixaram saudade e desprezo aos que a memória não canta.

...sobre as presidenciais e os candidatos que tiram selfies para a posteridade



Estou certo que o candidato Marcelo concorda comigo: canja de galinha é bem mais saborosa do que qualquer "vichyssoise"...



E mais não digo sob pena de riscar o disco...