…não
gosto de balanços. Salazar deu-se mal com eles. Mas aqui fica uma resenha
rápida do que nos ainda espera nos próximos 366 dias. Sim este ano
provavelmente recuperamos alguns dos feridos que nos foram
subtraídos pelos jacobinos, mas para nosso gozo o calendário gregoriano vai trocar as voltas
aos mais distraídos.
...sobre
os três reis magos
Começo
por aquilo que não devia ter começado…ainda me recordo do discurso de êxtase
ressabiado do ainda PR Aníbal. Foi talvez o pior discurso de vitória que
assisti em toda a minha longa carreira de atendedor de abetardas políticas. E
um fiel prenúncio do que ai vinha…gostei particularmente do seu último
discurso. Semper fi à refinada arte
de ‘bolsar’ vulgaridades e falsos sentidos de Estado, como se fosse o fiel
guardador da tábua sagrada com a Lei Fundamental, que jurou cumprir mas não fez
mais do que usurpara tudo o que nela foi escrito.
Que belo exercício narcisista
nos ofereceu V. Exa. que discurso encantador nos ofereceu ao melhor trejeito de
outros grandes ilustres contadores de viagens e estórias do eu. Erudito na
desfaçatez e ridículo na posse de Estado que nos ‘avergonhou’.
Cumpra com
honra, um longo silêncio na cave mais recôndita do gabinete apalaçado onde
escolheu passar o purgatório do esquecimento. Lá encontrará por certo as 30
moedas de prata que lhe faltaram para conseguir viver com alguma dignidade ao
longo destas últimas décadas. Sobre
o seu cadáver político brindo com um copo de licor de romã, fruta muita apreciada
por gente com saber e algum sentido crítico.
Seguindo a ordem nobiliárquica do Estado,
em júbilo realce para a ultima representação do ‘Paulinho das feiras’ o
verdadeiro líder da nação nos últimos 5 anos:
Gostava de saber qual o estado de alma do
Paulinho no momento de decidir quem o sucede (espero!) para sempre! Questiono-me
se o day after no Caldas será uma
normal manhã de segunda-feira de ressaca ou de apoplexia?!O Congresso segue
dentro de momentos, isto se entretanto não caírem na tentação pecaminosa de
também sufragar o novo presidente com a instituição estranha do voto popular!
Seria engraçado ver todas aquelas vendedoras de pregões que dançaram o tango da
desilusão, rumar às diferentes sedes desse micro mundo reinventado palácio que
se transformou o Caldas.
Relativamente aos pré-candidatos democrata-cristãos
estou indeciso entre aceder uma vela pela Cristas ou brindar com um porto pelo Nuno
de Bruxelas, mas estou certo que as catacumbas do bairro da Madalena hão-de ser
mais concorridas do que os Valinhos no mês de Maio. Um deles terá a tarefa
ingrata de não estragar a Capelinha das Aparições.
Quanto ao ‘Paulinho das
Feiras’, espero que volte rapidamente para assuntos empresariais relacionados
com jornalismo, de onde nunca devia ter saído. Aliás, tarde e a más horas
descobriu que afinal os partidos políticos não promovem o mérito, entre outras
coisas…
Relativamente àquele fulano neoliberal
bacoco de Massamá, não vou rezar nenhum padre nosso pois o sobre o seu cadáver
ainda não deu à costa e o seu legado para a doutrina social democrata ainda será
tema de análise mais acutilante, um pouco antes de lhe colocarem a etiqueta no
dedo do pé.
Por falar em Costa, uma palavra de apreço
para o nosso taliban financeiro. O nosso mulhah
das resoluções é uma espécie de talismã para os abutres do mercado
financeiro. Já esgotei a minha cartilha de encómios para louvar o senhor.
Sobre
o nosso proto candidato a prémio nobel da literatura, o Eng. Sócrates
...remeto-me
a um prudente segredo de justiça, não vá alguém deslindar qual o pensamento que
me ocorre alvitrar…
..sobre
o apocalipse logo a seguir ás previsões de Nostradamus e as conferências de
imprensa da anterior maioria
Acabou
a estratégia ad terrorem. As bolsas europeias não sucumbiram à blitzkrieg bolchevique que se abateu
sobre o nosso país. O euro não entrou em colapso e as taxas de juros mesmo nas
maturidades mais baixas não chegaram ao extasiante default. Um novo clímax de esperança se aproxima sobranceiro ao
precipício eminente. Sinais dos tempos ou da
mais absoluta insignificância a que somos votados pelos insidiosos mercados.
Ao ano que agora jaz, boa companhia faça aos ilustres
que este ano nos deixaram saudade e desprezo aos que a memória não canta.
...sobre
as presidenciais e os candidatos que tiram selfies
para a posteridade
Estou
certo que o candidato Marcelo concorda comigo: canja de galinha é bem mais
saborosa do que qualquer "vichyssoise"...
E mais não digo sob pena de riscar o disco...