Não me perguntes,
porque nada sei
Da vida,
Nem do amor,
Nem de Deus,
Nem da morte.
Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitando.
O resto são palavras
Que decorei
De tanto as ouvir.
E a palavra
É o orgulho do silêncio envergonhado.
Num tempo de ponteiros, agendado,
Sem nada perguntar,
Vê, sem tempo, o que vês
Acontecer.
E na minha mudez
Aprende a adivinhar
O que de mim não possas entender.
Miguel Torga
13/12/2017
10/12/2017
...cal
...quando a vida passa por longos e silenciosos períodos de metamorfose, resta esperar que o silêncio se eleve até que um infinito manto de palavras e desça do Céu. Não serão anjos nem querubins que do alto soarão as trombetas a anunciar os povos da Terra, mas será um rasto de estrelas que o céu desenhará na anunciada alvorada.
Motivos não têm faltado para deixar escrito tudo o que poderia ser dito, mas nada como o frio imaculado de uma parede de cal. Apenas uma breve brisa.
Um ano passou e tudo permaneceu exactamente no mesmo tempo.Como se o silêncio fosse uma pausa quase ridiculamente infinita.
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