A consciência, sobretudo a
consciência humana, que é considerada uma solução evolutiva eficiente e
complexa que emerge sistemicamente do organismo em relação com os desafios do
ambiente, sobretudo do ambiente social, de tal modo que tem a capacidade de se
ajustar a padrões externos e calibrando sua dinâmica de uma forma natural. Por
outro lado, a consciência implica a capacidade de prever o futuro, antecipar a
realidade e extrair novas estratégias para lidar com o ambiente circundante de
acordo com expectativas, quer relativamente a comparações com o passado quer
com a realidade presente. Foi exactamente a necessidade do Homem em comunicar
com quem o rodeava que moldou a inteligência e pasme-se, contar a estonteante
habilidade de estórias, ou de tentar entender e interpretar com quem comunicava.
Creio que isso é algo
intraduzível por um computador ou pelo mais avançado algoritmo computacional de
inteligência artificial. Nem creio que num futuro próximo seja sequer replicável
por instâncias não-biológicas ou artificiais.
A complexidade e flexibilidade do
pensamento humano não podem ser replicadas por algoritmos, teoremas, princípios,
leis, seja o que conseguirmos ficcionar.
Falta-lhes a razão. E não será necessário fazer o teste de Turing para chegar a essa conclusão.
A inteligência artificial gera modelos
representativos abstratos, que operam segundo quatro regras básicas: avançar,
recuar, incluir e excluir, e que ocorrem numa espécie de memória infinita. São altamente
determinístico e operam de acordo com regras e dados estáticos explicitamente
pré-implantados, mas apesar de ditos inteligentes não compreendem. Tão simples
como isso.
Ainda assim, a visão de um mundo
dominado pela inteligência artificial tem ínsitos em si, algo que nos deve deixar sempre alerta.