Enfim foi um ano que não deixa saudades...pelo menos a todos aqueles que me são próximos. Apenas conheco um sorriso que se libertou do triste nevoeiro que ensombrou o ano que agora jaz...parabéns L, mereces ser feliz!!
Espero que melhores ares nos traga 2007!
Num país que conheceu a loucura do futebol, e que termina na prateleira de uma livraria com um livro que conta uma verdade inconveniente.
Um pais que não teve a coragem de eleger um lutador, um poeta, um visionário mas que deu a maioria da razão a um homem que em primeiro lugar pensa com a calculadora e que não disfarça um sorriso frágil e perturbador.
Um país que foi assolado pelo fecho inexplicável de maternidades e que afirma querer incentivar a natalidade e assegurar verdadeiras politicas para a familia.
Num pais onde hospitais encerram por uma questão de estatística, centros de saúde que se abatem, tudo por uma questão de números, como se simples rolas se tratassem. Mas a caça não termina por aqui!
Num pais onde escolas de aldeias perdidas na lembrança, se matam, técnicos de educação que se aniquilam, tudo por uma questão de números... valha-nos depois os programas sobre a violência nas escolas para animar as hostes!
Num pais onde fábricas fecham, e em que o desemprego chega às portas da anteriormente inviolável função pública.
Agora deixaram de ser pessoas mas sim supranúmeros. Supra mas por excesso e o que é demais basta, para este Primeiro-Ministro, fiel depositário da arrogância de todos quantos nele votaram, arrogante Primeiro. Estranhamente não deixa de ser popular nas sondagens...mais uma vez uma questão de números.
Mas afinal quem controla os números neste país!?
Mas nem tudo foram espinhos na rosa que tudo persegue e rege...houve a Vanessa, houve o Francis, ouve os nosso para olímpicos, ouve as nossas selecções de atletismo e a nossa selecção de râguebi....o futebol para aqui não é chamado, pois neste momento o lamaçal está sob suspeita de ser aquilo que na realidade é...uma verdadeira tristeza nacional.
Mais motivos de orgulho...os nossos bombeiros que lutaram contra os criminosos que ateiam este belo pais, os nossos pescadores que arriscam a vida e morrem na praia....sob os olhares incapazes e de uma multidão que espera pelo socorro que não chega!
Provavelmente esqueci-me de alguém...mas não posso deixar de esquecer de todos aqueles que sacrificam um pouco do seu tempo para dar algum conforto e bem-estar àqueles que nada têm e mais necessitam.
Enfim, nunca mais é 2007...
Deixo-vos com Fernando Pessoa
Nem rei nem lei,
nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
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