Uma das tradições mais castiças do Alto Minho é o Compasso Pascal. O Padre ou o mordomo caminham a pé os trilhos e caminhos da aldeia carregando a cruz e água benta. Geralmente as casas têm as portas abertas e flores espalhadas pelo chão em jeito de convite à entrada. Lá dentro, acotovelam-se amigos e familiares. À entrada, do lado direito, está o senhor ou senhora da casa que dá as boas vindas a amigos e familiares que se acotovelam enquanto lá fora já se ouvem os foguetes." Cristo ressuscitou, aleluia, aleluia [...]"; todos, grandes e pequenos beijam a cruz, seguindo depois o compasso o seu caminho até à casa seguinte, não sem antes levar o envelope com a "lembrança" ou em alguns casos uma flor com a dita "lembrança". O rapaz que trás o sino e que nos avisa ao longe da eminente chegada do Compasso, é sempre o último a apertar a mão e sair, mesmo este é bafejado com uma moedinha dentro do sino! O compasso segue o seu caminho até se fazer noite, e quando o domingo de Páscoa não é suficiente para percorrer a freguesia, volta novamente na segunda-feira. Depois, a mesa farta convida todos a um doce pecado com vinho do Porto e dois dedos de conversa. Apesar da manhã já ir alta, e o almoço já estar a ser preparado na lareira da cozinha, uma fatia de pão-de-ló ou um doce caseiro sabem sempre bem. É assim todos os anos! e assim será por muitos mais!Acaba por ser cansativo para quem faz 400 km e tem tão poucos dias para p+reparar toda a logística. Mas a vontade de visitar a família e o apelo da de uns dias fora do turbilhão da cidade são mais fortes !...especialmente quando se tem gosto de reviver uma tradição tão fortemente enraizada!
1 comentário:
É por este carinho especial que tens por estas lindas verdes paisagens que me conseguiste confundir-te com um Minhoto :)
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