25/09/2016

...portuguese sardines


“Total fertility rates (TFR) have increased since 2000 on average in the EU as a whole, although
this trend increase has reversed into a decline since 2010 (…)…By contrast, fertility rates
have decreased in Cyprus, Luxembourg, Malta Poland and Portugal.”

The 2015 Ageing Report. Underlying Assumptions and Projection Methodologies, UE

..em resultado disso, é normal que haja menos crianças matriculadas nas escolas! O próprio relatório aponta para um decréscimo da população escolar em Portugal até 2060. A consequência disso serão cada vez menos escolas e menos professores!?

Talvez sim. A manter-se esta prática absurda de encaixotar alunos até que o oxigénio dentro da sala de aula se converta em vapor de água e dióxido de carbono por um mecanismo biológico conhecido; nessas salas espectaculares com quadros interactivos que mal são utilizados e com ar condicionado desligado por falta de verbas. Nessas escolas que foram uma “festa” e que se transformaram numa pesada herança, em nítido contraste com outras [muitas mais!] que nunca foram objecto de qualquer beneficiação e que sobrevivem entre pingos que caiem do tecto, o calor que sopra depois o frio que pela janela entra.

Seria interessante, começar a olhar para os relatórios não numa abordagem “malthusiana” da solução [mais simplista e com resultados orçamentais imediatos], mas vendo aqui uma oportunidade de voltar a pensar na educação, não na sua perspectiva aristotélica na globalidade, mas como uma via para recuperar e cimentar as capacidades cognitivas e das aptidões específicas dos alunos. Isso só se consegue efectivamente com comunicação, expressão de afectos, aquela coisa estranha chamada socialização, o mútuo respeito. Gostava que a métrica estúpida dos metros de quadrados por aluno, ou a análise irracional do custo por aluno fosse substituída pelos resultados que conseguem alcançar em termos de reforço da auto-estima e a autoconfiança; que a sala de aula voltasse a ser um espaço de reflexão metódica e pensamento dinâmico. Não uma lata de sardinhas [metáfora muito usual!].

Apesar das mudanças na orientação política elenco do MEC [se é que isso influi na capacidade de mudança no mi(ni)stério!?]…a velha praxis mantém-se! Para prejuízo dos alunos e do nosso futuro. No FIM, culpe-se os professores!...

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