24/05/2006

Brain Damage


...adoro aquela música! aliás não consigo imaginar o contexto musical das últimas décadas sem aquele album.

a primeira vez que olhei para a capa senti um arrepio só de imaginar que era algo parecido a matéria que tinha aprendido nas minhas aulas de físico-química. Passados estes anos todos ainda olho para a capa e me lembro de outros tempos! Por que será que existe sempre um passado associado a uma música. Quantos de nós não associamos um pedaço da nossa vida, um momento por mais fugaz que seja a uma música. Por vezes até uma palavra, um som ou uma pausa na música, fazem-nos mergulhar na imensidão de memórias passadas. No meu caso concreto que não consigo imaginar a vida sem um tom ou uma nota musical, cada acorde é uma pauta de imagens passadas. Mesmo quando estou isolado no silêncio da solidão, existe uma melodia no convés do navio-fantasma. Basta olhar o sol a serpentear as ondas na entrada da barra do tejo, para surgir por entre os carros que circulam na marginal um Tristão e Isolda do Richard Wagner. Quando chego estou a beber o meu fiel descafeínado estou em Marte, com os planetas de Gustav Holtz. À hora do almoço...o barulho é tanto que não consigo cantar, susussar ou sequer descançar!
Ao fim do dia, adormeço por entre a multidão com Mozart e quando chego a casa, qual maestro do coreto, abro o liro e penso numa qualquer sinfonia.

...nunca estou só e quando me sinto só, existe uma orquestra imaginária
...sem música, não sinto e não penso e não vivo!


PS: Brain damage in Dark Side of the Moon (Pink Floyd)

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