"Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no saco,
Andai com Deus."
São bandos de sorrisos que me invadem ciclicamente todos os anos o meu despertar neste dia. Chegam bem cedo com os sacos de plástico, cheios de vontade e com um brilho no olhar que esconde muitas vezes uma vergonha contida. Depois de fechar a porta, descem com celeridade e sem dar por isso já lá estão no banco de jardim encimado com a sombra dos plátanos a sacudir as migalhas do colo e a desembrulhar os rebuçados e as pequenas barras de chocolate. Depois continuam a esvoaçar o resto do dia, até ao turno de sentinela do dia de finados se esvair.
Também já fui um deles...mas isso são memórias!
O meu Outono chegou...agora que já lhes alimentei a alma, ainda que por um momento fugaz, chegou a minha hora de partir. Para o ano já cá não estou, mas isso certamente não será impedimento para continuarem a voar e alimentar a memória, que um dia lhes há-de bater à porta.
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