25/11/2007

...triunfo dos porcos??

Num artigo hoje do jornal Público o opinion maker da moda, o VPValente afirma que "No Portugal de 2007, foi decidido o que devemos pensar sobre: multiculturalismo, sexualidade e moral sexual. O que devemos tolerar e o que não tolerar no próximo ou no comportamento do próximo. O que são ou não são políticas permissíveis para Portugal e para o mundo. E foi decidido o que um cidadão meritório come e bebe e que vícios a vontade geral lhe consente (o tabaco, não; a droga, conforme). Vivemos sob um despotismo iluminado, que não aceita a irregularidade, a dissidência, o direito de cada um à sua própria vida e ao uso irrestrito da sua própria cabeça..."

Eu diria mais, no Portugal de hoje começa a ser perceptível alguns vícios e males retratados no universo orwelliano. Como diria Durkheim, "a liberdade de pensamento de que gozamos hoje nunca poderia ter sido proclamada se as regras que a proibiam não tivessem sido violadas antes de serem abolidas."
A dualidade amigo-inimigo está hoje mais vincada na nossa sociedade,e a o direito à diferença de opinião é um facto que acaba por ser de certo modo silenciado. Que o digam todos aqueles que ousam apontar o que está mal e o que de mal virá.
Também não deixa de ser curioso, o silêncio de quem é responsável perante as críticas que aqui e ali vão ressurgindo, no pântano de arrogância que casta dirigente devota a todos aqueles que clamam pelos seus direitos e liberdades.
Cada vez mais porcos, cada vez mais limitados a cumprir a regra e a opinião imposta. Quem não cumpre, é enxovalhado e desacreditado com a mesma rapidez que o inútil lambe-botas ascende na hierarquia.
Em apenas uma semana, contabilizei o relatório do Tribunal de Contas relativamente à gestão da política da saúde, as declarações do Inspector-Geral da Administração Interna, as palavras amargas do PGR sobre a tentativa encapotada de controlo do poder judicial pelo poder político, as declarações dos magistrados do Ministério Público, a contestação dos militares. E fico-me por aqui. Não se trata de de trabalhadores despedidos, ou de professores que o nosso querido PM costuma de apelidar comunistas, mas pura e simplesmente representantes de alguns dos pilares básicos do nosso estado democrático.
É caso para se dizer que os porcos ainda estão longe do triunfo e cada vez mais perto do talho...
Relativamente aos próximos capítulos deste drama...estou curioso para as conclusões que vão emanar do Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais, a qual já não se realizava desde a adesão de Portugal à saudosa CEE.

Por último uma palavra de repúdio pela sentença proferida pelo Tribunal da Relação de Lisboa aplicada a um funcionário da cozinha de uma unidade hoteleira que foi despedido pelo facto de ser portador de HIV. Triste e desprestigiante para quem a emitiu.

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