E lá foram eles, os 8 reis magros ter com o menino do bolo-rei, levando ouro, incenso e 5000 assinaturas em branco, pois o assunto era da mais pertinente atenção. Contrariando os avisos de Sócrates o Agripa, foram rebater o estúpido equilíbrio duvergeriano que se contenta com dois grandes partidos e dois ou três satélites de conveniência para os arranjos pós-eleitorais, leia-se CDS/PP , PCP e BE.Tenho para mim, que depois deste golpe baixo de génio da lâmpada mágica, virá a reforma do número de deputados da Assembleia da República, com drástica redução dos eleitos do PP, PCP e BE, a que se seguirá a lei dos 5% e, quem sabe, a criação de círculos eleitorais à la francesa, permitindo que partidos com 20% na primeira volta detenham a totalidade dos deputados na segunda volta, e que partidos com 12%, 13% e 15% da votação nacional jamais entrem no parlamento. É a chamada democracia agro-industrial, entra porco sai salsicha! Neste caso ou PS ou PSD. A democracia perde, perdem todos nós (os que votaram e os que forma de fim-de-semana para fora!) e o regime acaba por definhar qual sala de cinema de 3.ª categoria, uma espécie de Animatógrafo!
Se ao menos tivéssemos um Partido Socialista e um Partido Social Democrata (mas a sério!!nada de ideologias na gaveta!) fartos de inteligência, carregados de massa cinzenta, com reputados oradores, com capacidade para mobilizar massas, ainda hesitaríamos.
Mas não!
Era bom demais, das bandas de São Bento, nem bons ventos nem bons conselhos! Apenas o deserto (não o da margem Sul!), uma singularidade no vazio, um buraco negro que absorve toda a inutilidade que grassa na democracia portuguesa! Talvez não fosse má ideia aproveitar por vezes, as brisas sopram esses pequenos partidos (não todos como é óbvio!) para reformar os grémios laranja e rosa, esses sim, cada vez mais pequenos em dimensão democrática!
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