Há 40 anos, estudantes franceses revoltaram-se contra o sistema político do pós-guerra. Estava no poder o general De Gaulle. Era época singular em que a liberdade ainda era uma palavra vã, em que não havia desemprego entre os jovens, mas cujo espírito pacifista e rebelde levou multidões de jovens de todas as proveniências e estratos sociais a lutar por uma sociedade diferente. Passados estes anos, por cá, são os professores que marcham! Os alunos apenas imploram por um futuro com emprego. Nada mais. Para a direita o Maio de 68 foi um acidente, para a esquerda um movimento. As mesmas pessoas que atiraram pedras e paus, que incendiaram carros e consciências são hoje os pais dos políticos cinzentões que inventaram a globalização, as famosas novas ordens mundiais neste ou naquele assunto e que se tornaram verdadeiras máquinas trituradoras das liberdades sociais um pouco por todo o mundo. É caso para dizer que apesar da corrente de liberdade de expressão, sexual, pensamento, entre outras liberdades, falharam rotundamente na educação que deram aos filhos!O presidente Sarkozy, que na altura cultivava os seus 13 anos (curiosaidade), num inflamado discurso à um ano, em plena campanha eleitoral para o Eliseu referindo-se aos “herdeiros esquerdistas", culpou-os pela crise de falta de moralidade, da autoridade, do trabalho e da identidade nacional.
Por cá, na semana passada no DN alguém disse que o eventual desinteresse dos jovens pela política partidária seria um bom sinal. Seria o sinónimo de uma sociedade falhada, construída pela geração do 25 de Abril, e que eventualmente poderia estar a prazo.
Lá e cá são maios de contestação, maios de descrença no sistema...e muitos mais!
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