18/08/2009

...na mesa a 3


...enquanto esperávamos pacientemente por uma oportunidade de captar a atenção. Por entre um café, dois dedos de conversa douramos a nossa espera com olhares e instantâenos na esperança de refugiar um sorriso, ou uma quadra que aqui e pairavam pela praça.

O jogo de luzes e a ténue brisa que vinha do rio, prenderam-nos como uma âncora numa enseada de sonhos. Olhei ao longe e lembrei-me do velho retratista que nos fazia ser maiores, em cima do cavalinho de veludo, nos idos anos 70 na praça do Rossio. Era Natal, e para além das luzes, dos brinquedos do Grandella e dos grandes Armazéns do Chiado, havia sempre um ida à pastelaria Suíça, a correria atrás das pombas no praça dos Restauradores e a mítica descida da Rua do Carmo ao som da eterna canção de Lisboa. Era esse o nosso fado.

É desta maneira romântica que ainda hoje vejo os nossos retratistas de rua...pena foi mesmo a memória ter ficado na mesa que nos acolheu...

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