30/12/2009

...analepse

...há várias maneiras de terminar bem um ano, mas creio que nenhuma delas é sair de uma reunião no Ministério da Educação com um punhado argumentações vazias e impasses retóricos. Parece ser a sina de quem sobe o elevador. Confesso que se fosse líder sindical, optava por subir as escadas...entrava, sentava-me após um sorriso de ocasião e seguidamente fazendo uso da palavra dava um murro na mesa e atira a jarra de flores ou a garrafa de meio litro de água à minha frente em direcção à janela!

Durante o ano, todos observamos a romaria dos professores até à capital, com ou sem tupperware, com este ou aquele slogan menos agradável, conseguiram algumas pequenas derrotas, que culminaram na recusa!? da anterior ministra em prolongar o seu auto de fé em prol da Educação do País. Pouparam nas viagens de autocarro, e nos rissóis, e todos sorrimos quando dos livros Uma Aventura, aconselhada certamente pelas gémeas pelo João o Pedro e o Chico (entre outras personagens fabuladas nos livros da nossa nova ministra), surge a sorridente e determinada substituta da bruxa má. Os primeiros tempos prometiam garra e uma vontade canibalística para resolver todos os problemas, com uma nova e gasta fórmula.: o diálogo. Confesso que até o Mário Nogueira deve ter aparado o bigode de desconfiança perante aquele sorriso de orelha a orelha que a todos conquistou, na sua primeira entrevista com a Judite Sousa. Agora, excedido o benefício da dúvida, esgotadas todas as indulgências da juventude desta equipa, somos confrontados com a irredutibilidade entre ambas partes, o mesmo conjunto de críticas, de clivagens, os mesmos argumentos, uma verdadeira ana­lepse.

Meus senhores....entendam-se!...a bem da educação!!...se o problema são quotas que acabem as mesmas, pois quem tem mérito deve progredir, se o problema é a avaliação, avalie-se com rigor e exigência necessários. Não é necessário criar generais, cabso rasos ou sargentos, pois na escla educa-se. Para educar só é necessário um posto: o professor.

Essa coisa do bom, do muito bom e do excelente começam a ser figuras de estilo a mais, para justificar um mal maior que ameaça a própria sustentabilidade do País, refiro-me à qualidade da educação e sucessivas experiênicas mal sucedidas. Se o Bom é demasiado abrange como diz a ministra [ou banal nas entrelinhas!] como é que entende a posição dos sindicatos em exigir que todos possam atingir o topo da carreira? Modestamente não entendo, assim como não entendo a relutância do ministério em fixar "plafonds" na progressão.

O que os professores e seus representantes deviam discutir devia ser o conteúdo, ou seja, medidas que possibilitem aos professores progredir na carreira, mas com o enfoque na qualidade. Cabe ao Minsitrério, ajudar os professores, providenciar oferta formativa, dar condições para que todos possam ambicionar a mais. Mas isso requer esforço, e como tudo na vida, não pode nem deve haver almoços grátis!...

Confesso que este ultimamente a imagem que construimos da figura do professor, tem-se degrado de forma nunca antes imaginada. Muito há a fazer.

Pelo menos que em 2010 haja a necessária paz social e que a escola encontre o seu norte!

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