21/12/2009

...cheiro a pinheiro

...pois mas ainda me falta comprar uma última prenda! Não sei como mas vou ter mesmo que apelar à ajuda de todos os duendes do Pai Natal para me ajudarem na escolha e sobretudo, no tempo que vou ter que inventar encontrar no meio dos embrulhos e outros assuntos natalícios de última hora. Mas hei-de arranjar forma de a poder embrulhar [tenho pouca queda e uma falta de jeito incrível para fazer embrulhos!]. Eu sei que do outro lado existe qualquer coisa, espero que simples, pois o ano não está para grandes empreendimentos nem gastos supérfluos. Mas mais importante que dar é nada pedir em troca. Só peço um sorriso...e nada mais.

Esta semana foi preenchida com pequenas decepções. O aparente falhanço da Cimeira de Copenhaga, os tristes comentários acerca da proposta de lei sobre o casamento homossexual [alguns deles absolutamente retrogados], a cruzada insana contra a figura do Pai Natal [por favor deixem as crianças sonhar, depressa vão entender que ele não existe!] e por último....um sentimento de vazio que sempre me rodeia nesta altura do ano.

O sentimento de vazio, é sinónimo de impotência, pelo facto do meu modesto contributo aqui e ali ser apenas um leve sopro de solidariedade. Entristece sempre nesta altura, cheia de cor e movimento, ver rostos tristes. Talvez seja isso que leva algumas pessoas a não acreditar no Natal e a continuar a idealizar esta época como um desfile de falsa virtudes, de egoísmo e despesismo. Talvez tenham uma ponta de razão. No fundo fomos destruindo a beleza e a magia do Natal solidário, o Natal da família e direccionamos a nossa atenção para o luxo do centro comercial e das filas intermináveis na cidade. Deixámos de olhar para fora e passamos a olhar apenas pra dentro dos nossos desejos.

Quando era pequeno, havia dois momentos chave no Natal. A visita às lojas na Baixa para ver as montras com aqueles brinquedos maravilhosos, o glamour da cidade fria cheia de vida, e a Ceia de Natal. É claro que o dia de Natal em si tinha aquele momento frenético em que descobríamos as prendas que o Pai Natal nos tinha deixado debaixo da chaminé de mármore frio, junto ao pequeno fogão da cozinha da casa dos nossos pais. Mas mágico era sentir o cheio das fagulhas do pinheiro e as luzes que iluminavam o presépio...ou como disse a Sophia "as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro, pareciam continuar uma doce conversa que jamais tinha sido interrompida. Era uma conversa que se via e não se ouvia."...nem mais!

Tenho saudades do cheio do pinheiro e do sabor que esse Natal me transporta. Esse era o meu Natal, que um dia há-de voltar.

Obrigado Sofia, Feliz Natal também para ti e para todos aí em casa.

5 comentários:

Ricardo António Alves disse...

Feliz Natal <:)}

Sofia Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sofia Carvalho disse...

Tenho saudades de mal dormir à noite, à espera do MENINO JESUS que vinha por as prendas no Sapatinho...Crescer dói, principalmente quando nos "roubam" o Menino Jesus e nos substituem por um raio de um velho com cara de alcoolatra, barriga de trigemeos etc etc...
Percebes onde reside toda a minha angústia no que respeita ao Natal?!?
Traumas de infância que não chegaram a ser ultrapassadas:)
Vá, Ovo Estrelado, Parabéns pelo teu dia de aniversário;)
Quantos são?(cusca)

O ovo estrelado disse...

39

Sofia Carvalho disse...

40-1...parece-me uma idade bonita;)