o dr. Alberto acha que o Passos Coelho vai dar um bom PM. eu também concordo, desde que não seja com essa proposta aberrante de remodelação [um adjectivo mais consonante com o radicalismo da pena do escrivão contratado para o efeito] constituicional, nem com a prossecução da política esfoliante de impostos que nos últimos anos me tem adelgaçado. a insistência nessa via pelo do vendedor de sonhos actualmente inquilino de São Bento, apenas ilude os seus prosélitos e todos aqueles cuja ignorância é douta sapiência.
depois de ontem ouvir o seu discursos analgésico em Mangualde, não ficam dúvidas que o país que espreito lá fora [enquanto engraxo os sapatos da nova colecção Outono/Inverno], está bem melhor do que aquilo que os números reflectem. ainda pensei que fosse um golpe de sol, mas não. eu estava era rodeado de areia numa praia deserta, repleta de fauna estival de espanhóis, franceses, brasileiros e outros tantos portugueses, e do céu choviam flores por entre nuvens de um arco-íris cor de rosa. o único senão era o vento que insistiam em desfraldar as folhas do caderno da economia, enquanto me deliciava com uma sereia que por passava.
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refugiado das minhas curtas férias de floresta queimada e foguetório, sinto já o formigueiro das intermináveis filas de trânsito enquanto leio serenamente de pé no meu expresso do oriente, mais um livro que olfacto na livraria. já tenho uma mão cheia de títulos a salivarem na minha curiosidade [bastam dois para encher uma demão]: Diário de um homem supérfulo de Ivan Turgéniev e um título na língua materna, A Máquina de Fazer Espanhóis do valter hugo mãe. entretanto e depois de mergulhar no mundo de Cortázar, vou agora derrimir umas horas com a Sombra do Vento do Zafón. e de pasta de papel estamos resumidos, porque da outra, nem chama!
refugiado das minhas curtas férias de floresta queimada e foguetório, sinto já o formigueiro das intermináveis filas de trânsito enquanto leio serenamente de pé no meu expresso do oriente, mais um livro que olfacto na livraria. já tenho uma mão cheia de títulos a salivarem na minha curiosidade [bastam dois para encher uma demão]: Diário de um homem supérfulo de Ivan Turgéniev e um título na língua materna, A Máquina de Fazer Espanhóis do valter hugo mãe. entretanto e depois de mergulhar no mundo de Cortázar, vou agora derrimir umas horas com a Sombra do Vento do Zafón. e de pasta de papel estamos resumidos, porque da outra, nem chama!
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?voltando à nossa estrada para Damasco, questiono-me como é que em apenas 5 meses [o resumo deste ano para esquecer] o nosso ministro da fazenda vai resolver o endémico problema das finanças públicas? convenhamos, mais 13, 5 mil milhões de euros até o governo ir a banhos, é uma ópera bufa. não sei se temos tenores e barítonos com capacidade para transformar esta comédia burlesca em algo mais sério. entretanto, estendamos as nossa esteiras e ouçamos os bobos da corte enquanto prossegue a silly-season veraneante. começa a ser um lugar comum ver estas picardias de camisa com botão desapertado, em tom de pele morena e pelo ao vento, interrompida por uns breves mas caloroso aplausos mais motivados pelo copo de vinho e lasca de fêvera no dente, do que pela razão e lógica das palavras suadas.
pessoalmente, prefiro a envolvência de uma bela paisagem refugiado no silêncio de um amontoado de pedras envolvidas pelo tojo agreste que brota do monte. sinto-me mais esclarecido, com as pinceladas no céu, e com o vento que leva os sons ancestrais do trabalho do campo. entre o discurso político inquinado, e o arfar das notícias de época, sinto-me nais refrescado com o escorregar da água do mar por entre os canais que sulcam o areal. mas como tudo na vida, no momento seguinte abrimos os olhos e a tinta se esvai no último predicado, no último sopro de tranquilidade...depois basta abrir a mente, arejar durante alguns minutos e sentir os aromas a envolverem-nos num bailado de olhares cúmplices, enquanto o beijo sedutor nos empurra escada abaixo até ao precipício. no momento seguinte o despertador toca e o último click faz-se ouvir...
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