Vim agora da minha última tentativa [bem sucedida]
para comprar uma bomba de confettis made in China e uns balões coloridos com um
Happy New Year com hélio português. No caminho das pedras fui tomando um conjunto de notas mentais
sobre a minha perspectiva pessimista realista sobre o ano que se avizinha.Chove.
Depois de um 2012 para esquecer a todos os níveis
mais umas quantas sub-caves, tudo o que seja acima de mau vai acabar por ser
suficiente ou mesmo aceitável, um pouco como as notas na pauta do primeiro período. Desde logo o meu acto de fé: não acredito neste OE2013 publicado hoje na surdina da azáfama das passas e do espumante rasca. Definitivamente deixei de me rever nas projecções
optimistas do Governo, sobretudo num ministro que falhou em toda a linha e num conjunto de aprendizes que todas as semanas se reúne em redor do mais ilustre habitante de Massamá.
Depois de Troika, crise e austeridade, as palavras
que vamos continuar a ver pintadas nas paredes e nas bocas do mundo continuarão
a ser desemprego, perda de direitos e convulsão social. Tal como o
advinho Spurinna também eu alerto para o perigo dos idos de Março. A publicação
dos dados do INE no boletim da Primavera, bem pode ser este o princípio do fim da
epifania política do senhor de Massamá. Para o sucesso desta nossa desventura, espero estar errado.
Mas antes, já em Fevereiro vou estar atento ao dito
plano de "Refundação do Estado", esse momento Artur Baptista da Silva do nosso
PM. Só ainda não entendi uma coisa de somenos importância: como é que um plano
que é apresentado aos parceiros como um facto consumado e presente aos reis magos da Troika envolto em incesso e mirra,
mantém-se em discussão até o verão quente de Agosto?
Já nas próximas semanas, depois das férias
decretadas por sua Exa. O Senhor dos Pastéis de Belém e do Bolo Rei, o Tribunal
Constitucional vai-se transformar numa espécie de El Corte Inglès no Black
Friday. Vai ser um ano em cheio para os excelsos juízes do Ratton, a começar com
a fiscalização sucessiva do OE2013 acarinhada pelo PS, BE e PCP..e umas quantas
vontades recalcadas do CDS e PSD, a revolução administrativa em curso, O IMI, entre outos fait-divers. Ainda assim, o prime-time está reservado às telenovelas Isaltino, BPN, Monte Branco, Submarinos,
Casa Pia e outros tantos episódios truculentos do nosso quotidiano. No fundo a continuação do longo capítulo da injustiça á nossa moda.
Algures entre o retorno das andorinhas e a próxima
Feira do Livro [se entretanto não for anulada pela CML por novas obras no Marquês], será interessante verificar
se submarino azul aguenta a tormenta da agitação social abrilista. Apesar de
confiar mais nas previsões das ciganas romenas do Parque Eduardo VII, estou em
querer que o Caldas vai começar a escaldar antes de levantar fervura na Lapa.
Lá para os meandros do calendário há um Congresso
do PS, altura em que veremos se é desta que o Presidente do ajuntamento de
freguesias agregadas à força de Lisboa vence o seguro de vida deste Governo.
Sim porque não é com açaimes de raiva contida ou lapsos de memória recente que
este partido socialista leva a noiva ao altar. Relembremo-nos que os nubentes em
causa resultaram um casamento civil de conveniência, com um padrinho à
espanhola em Belém, com uma vontade irrascível de manter a relação incestuosa.
Ainda não falei do BE porque ainda não entendi a
química entre o Semedo e a Catarina. Pessoalmente gostava mais da oratória
barroca do primo do outro Loução. Quanto ao PC do camarada Jerónimo só espero que a cassete passe finalmente a DVD.
2013 vai ser um ano parco em vendas sonoras. Já
pouco sobra, mas ainda há a Torre de Belém, o Mosteiro da Batalha ou a Torre dos Clérigos. Estou indeciso entre vender a Madeira aos marroquinos ou alugar o
Allgarve aos Sarracenos, mas de todas as hipóteses a que me satisfaz mais será
sem dúvida alguma a concessão desses espaços de inaudita fruição e prazer, por
tempo indeterminado tal como sucedeu com a ANA. Esta sim seria uma medida com impacto visível no défice
público. Matavam-se dois coelhos numa cajadada: por um lado acabava o triângulo
das bermudas da economia madeirense no erário público, e por outro os portugueses
podiam começar a beneficiar a poupança e o aumento da produtividade em
detrimento do dinheiro supérfluo gasto em vícios pouco saudáveis como passar férias
na praia ou comer em estações de serviço de qualidade duvidosa sandes de leitão a preço de caviar russo.
Ainda no subcapítulo
da produtividade, para além dos supra assassinados feriados civis (ver último post), a Santa Sé
deu bênção a dois autos de fé. Este conjunto de medidas de
reciprocidade duvidosa vai ter como corolário…mas 1 dia de trabalho
comparativamente a 2012. Nada a acrescentar em abono da medida. É bem provável que o vendedor de farturas ou a roulotte das sandes de courates serão os mais beneficiados com a medida.
Também pode ser que Abril traga boa novas e tudo o
que atrás disse seja manifestamente o contrário do que presumo. Nesse caso, as
minhas desculpas pelo equívoco técnico!É que equívocos destes também acontecem....
photo by: Ines Belkhala
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