...mas e só pra dizer que saiu há já algum tempo um álbum fenomenal, de um menos excepcional Herbie Hancock. A ouvir atentamente!....espantoso!
26/02/2008
24/02/2008
...ces petits riens
Os partidos com assento parlamentar, à excepção do PCP e do BE (onde ainda se descortina um nexo sociológico, ainda que mascarado por uma certa aura utópica)), não representam ninguém, a não ser as suas próprias burocracias e clientelas imediatas; não representam nada, a não ser as pressões dos parasitas económico-financeiros que vivem do erário público e dos fundos comunitários. Perderam, em suma, qualquer respeito eleitoral e democrático. É por mais evidente que a abstenção nas últimas consultas populares apresenta uma evolução preocupante e que, de uma maneira geral, demonstra cada vez o desligamento entre o votante e o eleito. Se fossemos elencar os factos e tristes episódios que inundaram as manchetes dos jornais nos últimos meses, seria tentado a chegar à conclusão que afinal o Ensaio sobre a Lucidez do Saramago é uma realidade mais próxima do que muito poderiam sequer imaginar!
O mais incrível, foi ver o nosso PM a pintar um país que ninguém sabe, mas que ele "governa"! A pujança com que desbobinava indicadores e o ânimo com que defendeu o programa de governo, que só ele parece acreditar, deixa-me ainda mais apreensivo, sobre futuro desta democracia que temos. Como é que no último da legislatura, o "padre" ainda anda a pregar como catecismo do 1.º ano?
O mais incrível, foi ver o nosso PM a pintar um país que ninguém sabe, mas que ele "governa"! A pujança com que desbobinava indicadores e o ânimo com que defendeu o programa de governo, que só ele parece acreditar, deixa-me ainda mais apreensivo, sobre futuro desta democracia que temos. Como é que no último da legislatura, o "padre" ainda anda a pregar como catecismo do 1.º ano?
O pior é quando olhamos em redor!...nada! apenas um conjunto de discursos bacocos e vazios, uns ziguezagues de quem perdeu o norte na oposição, nada em concreto, nada de estimulante.
No final, um relatório alarmista? da SEDES para adornar o ramalhete, e continuamos felizes e contentes. Só espero que amanhã quando sair de casa não tenha uma manifestação de professores à porta...agora é hábito.
No final, um relatório alarmista? da SEDES para adornar o ramalhete, e continuamos felizes e contentes. Só espero que amanhã quando sair de casa não tenha uma manifestação de professores à porta...agora é hábito.
Mais porquois! Tout vá bien, n'est pas!?
22/02/2008
...mais perto
18/02/2008
..Veneza aqui tão perto
...por momentos tive a percepção que estava em Veneza! Não na Veneza dos postais, a Veneza dos Medici, iluminada, cintilante (vou omitir o cheiro do Gran Canal!!). Não! A Veneza do caos, a Veneza das inundações na Piazza S.Marco...mas muito pior. Constrói-se em leitos de cheia, impermeabiliza-se solos indiscriminadamente, não se faz a manutenção dos sistemas de drenagem pluvial. De quem é a responsabilidade? Câmaras, Governo Central? Incúria, mau planeamento, construções clandestinas. Ninguém vê, ninguém repara, ninguém dá o primeiro passo, mas por vezes acontece...E no meio deste paradoxo...surge uma voz que brada no deserto, uma espécie de S. João do Urbanismo: o percursor de um sonho. É nestas alturas que as sábias palavras do Arqto. Ribeiro Telles estravasam o mundo da utopia e constituem-se a pura razão dos factos.Tal como S. João, também o Arquitecto é constantemente decepado pelo silêncio que lhe é imposto: a vozes que ferem o poder são silenciadas. Resta-nos ouvir resignados a opinião dos especialistas do costume e olhar incrédulos para os erros do costume.
De balde e esfregona na mão, toca a limpar Veneza, mas antes crie-se uma comissão para analisar o problema!!...
17/02/2008
...silêncio
16/02/2008
...imperial
...depois de meia hora na fila em solene penitência pelo facto de ter deixado para o fim um saltinho à exposição, e não obstante os comentários de certos madrugadores ávidos em reclamar por tudo e por nada, foi com enorme expectativa que subimos as escadas de acesso à Galeria D. Luis. A exposição está muito bem conseguida, ainda que um pouco caótica face às vagas de curiosos que se deixam arrastar e pela beleza inigualável de alguns dos frescos e das muitas peças de arte imperial russa. A mostra abrange dois séculos com especial atenção para a pintura retratista de inúmeras figuras da história russa e imagens da cidade de São Petersburgo e da sua evolução.Há também trajes, peças de mobiliário, de ourivesaria, incluindo jóias e peças religiosas (fiquei fascinado com os dois ícones que estavam em exposição!), obras de Fabergé para a casa imperial, dois trenós reais (um dos quais de criança) e vários objectos de decoração da época. Se alguma dúvida restasse da grandeza do império russo, é logo desfeita pela descrição exaustiva que a nossa guia de serviço nos presenteou ao longo de todo o percurso desde Pedro O Grande até ao último Csar Nicolau II.
...no final, um sorriso pelo tempo empregue e uma vontade enorme de visitar S. Petersburgo!!
PS: uma nota para o Sr. Comendador, desta vez conseguimos entrar com malas e sem "espartilhos" da segurança!!...
...no final, um sorriso pelo tempo empregue e uma vontade enorme de visitar S. Petersburgo!!
PS: uma nota para o Sr. Comendador, desta vez conseguimos entrar com malas e sem "espartilhos" da segurança!!...
15/02/2008
14/02/2008
...na espuma da manhã
De manhã temendo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia,
mas logo os teus olhos disseram que não
e o sol penetrou no meu coração.
Vi depois, numa rocha, uma cruz,
e o teu barco negro dançava na luz;
vi teu braço acenando, entre as velas já soltas.
Dizem as velhas da praia que não voltas...
São loucas! São loucas!
e o teu barco negro dançava na luz;
vi teu braço acenando, entre as velas já soltas.
Dizem as velhas da praia que não voltas...
São loucas! São loucas!
Eu sei, meu amor,
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo.
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo.
No vento que lança
areia nos vidros,
na água que canta,
no fogo mortiço,
no calor do leito,
nos bancos vazios,
dentro do meu peito
estás sempre comigo.
areia nos vidros,
na água que canta,
no fogo mortiço,
no calor do leito,
nos bancos vazios,
dentro do meu peito
estás sempre comigo.
David Mourão-Ferreira
12/02/2008
...contraditório
...o Presidente da FPF lançou um repto ao seu congénere espanhol para uma candidatura conjunta ao Campeonato Mundial de Futebol de 2018.
É caso para dizer muito bem! Então mãos à obra!
...ah!podemos aproveitar as sinergias entretanto criadas para resolver outros assuntos pendentes, ora bem: diz-se que os hospitais públicos necessitam de aproximadamente 20 000 enfermeiros, e que muitos dos recém-licenciados se encontram hoje no desemprego ou a trabalhar no pequeno comércio, nas grandes superfícies ou inclusivé em serviços domésticos! Era uma boa altura para colocar um travão nesta situação aberrante!. E o que dizer dos milhares de professores que estão no desemprego ou com contratos de trabalho precários, situação essa que carece de explicação face ao insucesso escolar que "engrandece" Portugal. Talvez ainda haja algum plafond que permita fazer face às carências de algumas universidades, que sem outros meios de financiamento optam aumentar ainda mais as propinas dos seus alunos -um espécie de auto financiamento com a prata da casa!.
É caso para dizer muito bem! Então mãos à obra!
...ah!podemos aproveitar as sinergias entretanto criadas para resolver outros assuntos pendentes, ora bem: diz-se que os hospitais públicos necessitam de aproximadamente 20 000 enfermeiros, e que muitos dos recém-licenciados se encontram hoje no desemprego ou a trabalhar no pequeno comércio, nas grandes superfícies ou inclusivé em serviços domésticos! Era uma boa altura para colocar um travão nesta situação aberrante!. E o que dizer dos milhares de professores que estão no desemprego ou com contratos de trabalho precários, situação essa que carece de explicação face ao insucesso escolar que "engrandece" Portugal. Talvez ainda haja algum plafond que permita fazer face às carências de algumas universidades, que sem outros meios de financiamento optam aumentar ainda mais as propinas dos seus alunos -um espécie de auto financiamento com a prata da casa!.
Talvez no fim sobre algum dinheiro para impedir que mais centros de saúde fechem por motivos estatísticos ou meramente contabilísticos, ou quem sabe, mesmo no precipício quando o pais estiver inundado de estádios de futebol que passam a maior parte do tempo vazios e a ganhar pó, haja alguém com algum dedo de testa que de uma vez por todas, pare esta tradição esbanjar dinheiro de maneira ridícula e inconsciente!...será que as lições do Euro2004 são memórias esquecidas!Será que metade do país está condenado ao fel e a outra metade à folia. Que eu saiba o Carnaval são três dias e clamar pela razão não é demagogia!
10/02/2008
09/02/2008
...irreal Sr. Comendador
A FOTOGRAFIA ACIMA EXPOSTA É DE UMA BELEZA TAL, QUE O ARTISTA DECIDIU MANTÊ-LA OCULTA, DESTA FORMA PODE DAR LARGAS À SUA IMAGINAÇÃO PARA PODER EXPLORÁ-LA AO SEU GOSTO!!
...acordei com esse desígnio e pouco tempo após a aberturas das portas, entrei num sonho irreal, movido pelo inconsciente . A primeira impressão é sempre um sorriso mal disfarçado de espanto, é coisa do género primeiro "estranha-se depois... engole-se"! Nunca pensei que a utopia e a liberdade criativa explorassem tão bem a vastidão do lado oculto do nosso pensamento. Não sei se é pelo caos das cores, pela deformação das histórias que cada tela nos conta, mas o que é certo é que gostei. Houve telas que me despertaram um sorriso, mas o mais curiosos era permanecer sentado por breves momentos e ouvir as impressões de cada pessoa que por ali passavam. É uma forma diferente de viver a arte sem o espartilho das assistentes que nos convidam a partilhar todo o seu saber compartimentado em frases gastas. Coitadas, engolem a cassete e quais condutoras de autocarro lá seguem por entre os corredores ao som dos passos silenciosos sobre o chão de madeira. É curioso como o jogo de cores e movimentos do artista moldam uma impressão diferente em cada um de nós. Talvez seja este o fascínio da arte. De todas as obras que vi, Max Ernst e Jacques Herold foram quem me fascinou mais. Na fotografia gostei de Helena Almeida...o que não gostei mesmo e achei surreal, foi o facto de sermos autênticamente controlados em todos os passos, movimentos durante o tempo em que estamos a ver as obras, como se uma câmara estivesse ao nosso lado - talvez pelo facto de aquela hora o museu ter ainda pouca assistência!? Também não gostei do facto de para a entrega do kit de crianças (que é borlix!) ser necessário deixar na recepção um documento com fotografia, nem muito menos a irreal situação que as malas a tira colo serem proibidas!!! é caso para perguntar....lá por em Serralves existirem regras castradoras não significa que em Lisboa também tenha que ser assim!??!?!...bolas! já estive em museus "bem mais importantes", com um número substancialmente maior de obras de referência e não me lembro de ver cães de fila atrás do incauto visitante a colocar entraves a isto ou aquilo.
Mas isso resolve-se: POR FAVOR AUMENTEM A MERDA DO TAMANHO DA LETRAS NOS PAINÉIS INFORMATIVOS DAS OBRAS PORQUE NEM TODA A GENTE TEM BINÓCULOS NA TROMBA!!! ...obrigado!
08/02/2008
...momentos
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê.
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo,
É do que nasce,
e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só.
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo, «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
07/02/2008
tua pele...
" Com minha razão apenas, com os meus
dedos,
com lentas águas lentas inundadas,
caio no império dos miosótis,
numa tenaz atmosfera de luto,
numa olvidada sala decaída,
num cacho de trevos amargos.
Caio na sombra,no meio
de destruídas coisas,
e espio aranhas,e apascento bosques
de secretas madeiras inconclusas,
e ando entre úmidas fibras arrancadas
ao vivo ser de substância e silêncio.
Doce matéria,oh rosa de asas secas,
no meu afundamento as tuas pétalas subo
com pesados pés de rubra fadiga,
e na tua catedral dura
me ajoelho
batendo nos meus lábios com um anjo.
É que sou eu diante da tua cor do mundo,
diante das tuas pálidas espadas mortas,
diante dos teus corações reunidos,
diante da tua silenciosa multidão..."
Pablo Neruda
...em lume brando!
...e finalmente consegui ver o sol nascer!
Aos poucos a noite dá lugar ao dia cada vez mais presente; onde ontem brilhavam as últimas velas no céu estrelado, hoje o sol já reflecte sobre o espelho dourado da entrada da barra! Mas o dia não ia terminar desta forma romântica e o reflexo disso mesmo chegou com vazio da noite.
É curioso como um simples acontecimento por vezes desperta os instintos mais recalcados e mais perturbadores da mente humana. Uma simples complicação no trânsito, quase que deu azo a uma batalha dentro do autocarro! Não se chegou a vias de factos - quase!- mas foi com curiosidade que observei metade dos presentes a amotinarem-se contra a restante metade. No meio, os rostos e o incredibilidade de uma minoria que olhava impávida e serena para o triste espectáculo. É nestes momentos em que o silêncio e razão enobrecem quem mantém a ténue capa do anonimato incólume. E assim se despertam os demónios engavetados no cansaço do quotidano, como se de um assunto da mais séria importância se tratasse.
Assim vai o ânimo desta gente que se queixa por tudo e por nada e que quando verbaliza, solta achas para a fogueira que incinera a parca e cada vez menos presente boa educação.
" Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam."
Edmund Burke
06/02/2008
...in memoriam
"Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande."
Padre António Vieira
05/02/2008
...máscara
Esta luz animada e desprendida
Duma longínqua estrela misteriosa
Que, vindo reflectir-se em nosso rosto,
Acende nele estranha claridade;
Esta lâmpada oculta, em nossa máscara
Tornada transparente e radiante
De alegria, de dor ou desespero
E de outros sentimentos emanados
Do coração dum anjo ou dum demónio;
Este retrato ideal e verdadeiro,
Composto de alma e corpo e de que somos
A trágica moldura, errando à sorte,
E ela, é ela, a nossa aparição,
Feita de estrelas, sombras, ventanias
E séculos sem fim, surgindo, enfim,
Cá fora, sobre a Terra, à luz do Sol.
Teixeira de Pascoaes
Duma longínqua estrela misteriosa
Que, vindo reflectir-se em nosso rosto,
Acende nele estranha claridade;
Esta lâmpada oculta, em nossa máscara
Tornada transparente e radiante
De alegria, de dor ou desespero
E de outros sentimentos emanados
Do coração dum anjo ou dum demónio;
Este retrato ideal e verdadeiro,
Composto de alma e corpo e de que somos
A trágica moldura, errando à sorte,
E ela, é ela, a nossa aparição,
Feita de estrelas, sombras, ventanias
E séculos sem fim, surgindo, enfim,
Cá fora, sobre a Terra, à luz do Sol.
Teixeira de Pascoaes
03/02/2008
...outros sabores!
...depois de um digno Foral de Évora colheita 2003 a acompanhar um divinal misto de porco preto com migas de espargos nada melhor que um tentador leite creme. Para terminar um bom café ao som do imemorável Zeca Afonso no Café Alentejo. Seguiu-se o inevitável passeio pelas ruas apertadas de branco imaculado, ao sabor da brisa fria e dos cubos de pedra calçada que cantam o alentejo esquecido. Na volta, enquanto a paisagem pintava o olhar, navegamos com o concerto para piano n.º 2 de Rachmaninov de pedra em pedra, de sobreiro em sobreiro rumo ao nosso destino certo. Vislumbramos as tágides era já fim de tarde e foi com os flamingos nas margens do Tejo que nos lembrámos do prazer para trás deixado. Prometemos ser breves e voltar novamente quando os campos estiverem semeados cores e o sol quente sob a ceara ardente...
01/02/2008
..como descascar uma cebola!?
...é que se chama de tirar esqueletos do armário!
Mas o facto que mais me espanta ao saborear as páginas do Público é o indiscutível mau gosto que o jovem engenheiro de então revelava na concepção da amálgama urbanística que estava a projectar! Felizmente, o seu legado não se prepetuou até aos nossos dias, senão a Guarde se transformava num autêntico Cacém. Mais, até as bizarras urbanizações tipo caixote no pouco All Garve que ainda hoje "sobrevive", parecem espelhar um pouco mais de salubridade visual!
Mas enfim! o que deve ser realçado nisto tudo é atentativa forçada de os jornalistas se transformarem em paladinos do puritanismo, como se o simples facto de qualquer pessoa ter uma nódoa no seu passado, seja hoje motivo, para ser liminarmente atirada à lama!
É lógica do vale tudo a sobrepôr-se à força da razão e da seriedade! Não querendo proteger o acto, o qual deve ser obviamente censurável- a ser verdade!- por uma questão de ética deontológica, não deixa de ser um triste espectáculo, serem canalizados meios para descobrir os eventuais pecados ou omissões de uma figura pública como se isso fosse o garante da reposição da legalidade ou de qualquer tipo de justiça! Estes mesmos jornalistas provavelmente teriam feito um auto de fé ao escritor Günter Grass, e mesmo que o nosso PM começasse a descascar desenfreadaemnte cebolas, se vai livrar tão cedo do assédio moralista de uma determinada imprensa da escola do extinto e bem extinto Independente!A bem da tiragem, vasculhar sempre!
Haja seriedade, ou qualquer dia as aventuras do pequenino Sócrates na escola primária vão passar a ser alvo da mais refinada e decadente investigação jornalística. A bem da tiragem!
"A cebola tem muitas camadas. Existem em maioria. Mal é descascada, renova-se. Cortada, provoca lágrimas. Só ao descascá-la fala verdade. O que aconteceu antes e depois do fim da minha infância, bate à porta com factos e decorreu pior do que o desejado, quer ser contado às vezes assim, outras de maneira diferente e conduz a histórias de mentira."
Günther Grass in Beim Häuten der Zwiebel
Mas o facto que mais me espanta ao saborear as páginas do Público é o indiscutível mau gosto que o jovem engenheiro de então revelava na concepção da amálgama urbanística que estava a projectar! Felizmente, o seu legado não se prepetuou até aos nossos dias, senão a Guarde se transformava num autêntico Cacém. Mais, até as bizarras urbanizações tipo caixote no pouco All Garve que ainda hoje "sobrevive", parecem espelhar um pouco mais de salubridade visual!
Mas enfim! o que deve ser realçado nisto tudo é atentativa forçada de os jornalistas se transformarem em paladinos do puritanismo, como se o simples facto de qualquer pessoa ter uma nódoa no seu passado, seja hoje motivo, para ser liminarmente atirada à lama!
É lógica do vale tudo a sobrepôr-se à força da razão e da seriedade! Não querendo proteger o acto, o qual deve ser obviamente censurável- a ser verdade!- por uma questão de ética deontológica, não deixa de ser um triste espectáculo, serem canalizados meios para descobrir os eventuais pecados ou omissões de uma figura pública como se isso fosse o garante da reposição da legalidade ou de qualquer tipo de justiça! Estes mesmos jornalistas provavelmente teriam feito um auto de fé ao escritor Günter Grass, e mesmo que o nosso PM começasse a descascar desenfreadaemnte cebolas, se vai livrar tão cedo do assédio moralista de uma determinada imprensa da escola do extinto e bem extinto Independente!A bem da tiragem, vasculhar sempre!
Haja seriedade, ou qualquer dia as aventuras do pequenino Sócrates na escola primária vão passar a ser alvo da mais refinada e decadente investigação jornalística. A bem da tiragem!
"A cebola tem muitas camadas. Existem em maioria. Mal é descascada, renova-se. Cortada, provoca lágrimas. Só ao descascá-la fala verdade. O que aconteceu antes e depois do fim da minha infância, bate à porta com factos e decorreu pior do que o desejado, quer ser contado às vezes assim, outras de maneira diferente e conduz a histórias de mentira."
Günther Grass in Beim Häuten der Zwiebel
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