“O que é que tu queres pá?” terá
sido a resposta do Relvas ao cartaz do “Benvindo Dr. Relvas”. Mas antes de certeza
absoluta que houve mais mimos entre entre o jornalista os guarda-fatos que
acompanham o ministro. Ainda não foi desta que o Relvas se martirizou perante a
opinião pública. Mas tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde, o dito senhor
vai ter o seu momento Marinha Grande, ainda que com a quantidade de armários
que acompanham cada dignatário neste momento no país, é mais fácil o Sporting
ganhar um jogo do que a ministra da Agricultura levar com uma Apfelstrudel na
cara.
Por falar em culinária alemã, a mail alta magistrada do nosso país, vem a
Portugal. Da minha parte só lhe desejo uma boa estadia, que possa saborear os nossos
saborosos Pastéis de Belém, que coloque umas flores no túmulo do nosso poeta
maior, e que lhe seja presenteado um faustoso cozido à portuguesa para melhor
digerir a viagem de regresso. Nada me move contra a senhora, já
contra aquilo que defende e o facto de não ter a memória histórica, isso sim
aflige-me. Talvez tenha chegada a hora dessa senhora e os seus lacaios olharem um
pouco para a história do período pós II Guerra Mundial e observar bem quem
ajudou a reconstruir o que restava do III Reich. Talvez tenha algumas surpresas
desagradáveis. Muito, mas mesmo muito mais haveria para escrever, mas estamos
em época de austeridade e é melhor poupar na tinta. Fico-me apenas com este
número: cerca de 20% da mão-de-obra alemã vive numa precariedade triste, e o
milagre alemão é uma ilusão tão grande como as estatísticas económicas
chinesas. A médio-longo prazo cá estaremos, honradamente sentados num sofá roto
com as molas a entrarem na alma, para ver o resultado da usura alemã na Europa.
O BE escolhe este fim-de-semana,
uma estrutura bicéfala para dirigir o partido nos próximos combates políticos.
Apesar dos princeps senatus merecerem o meu mais profundo respeito, tenho
receio que esta solução não passe de uma recriação entre tetrarquia romana
e a actual situação da União Europeia. CAda cabeça sua sentença. Nesta Europa supostamente liderada por um senhor que pouco ou nada adianta - o senhor Van Rompuy (pars Orientis) - e uma baronesa que ninguém conhece ou que simplesmente foi
obliterada pelo mediatismo da chanceler - a senhora Catherine Margaret Ashton (pars Occidentis) - nada, mesmo nada nos permite repousar. De facto, faltam-os "políticos gordos", referências. Com se não bastasse, ainda ainda sobram figuras ainda menores, como é o caso do
Sr. Barroso (o emigrante português mais envergonhado de o ser), ou o Sr. Martin
Schulz. Que Europa é esta?
Eu gostei do que a Isabel Jonet tentou
transmitir, exceptuando 80% do que disse. Digamos que que a essência está
correcta, mas a abordagem que utilizou foi quiçá
ingénua. Receio que os ataques que ela semeou por motu proprio, tenham uma final infeliz. Há uma passagem da Bíblia que recomendo a leitura, para todos aqueles
que movidos pelo frenesim e o soundbyte causado pelas declarações da Jonet, queiram ou pretendam atacar a obra do Banco Alimentar Contra a Fome ou mesmo a Cáritas:
“Quando, pois, deres esmola, não
permitas que toquem a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas
sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos
digo: Já receberam a sua recompensa.” (Mt 6, 2)
Quando vi o Sr. Passos a convidar
o Sr. Seguro para um chá dançante, em que o tema era o corte já estabelecido de
4000 M€ acordado no road map definido na 5ª avaliação, senti uma espécie de
aperto na gargantilha. Assemelha-se um pouco aqueles casamentos pré-agendados
em que a noiva vai ter que se abrir mesmo contra vontade. Há convites mais
envenenados. Depois de meses a fio em que toda a oposição foi ignorada, os
parceiros sociais subalternizados, e numa altura de visível ausência de
autoridade política, talvez seja demasiado tarde para lançar uma tábua de
salvação neste bote de náufragos. O mal está feito, e é incrível que nem o
próprio ministro da Fazenda acredite no Orçamento que apresenta.
Relativamente à constitucionalidade do OE2013 não me vou pronunciar antes de o analisar. Não
sou pressionável e quando lavo os dentes fecho a torneira.
Nota de rodapé: A Isabel Jonet
disse que viu nas ruas de Atenas aquilo que ainda não tinha visto em Portugal. Pois
bem, convido-a a sair do gabinete e ver o país como os próprios olhos....
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