Que o torvelinho enreda e desenreda...
O cheiro a carne que nos embebeda!
Em que desvios a razão se perde!
Pútrido o ventre, azul e aglutinoso,
Que a onda, crassa, num balanço alaga,
E reflui (um olfacto que embriaga)
Que em um sorvo, murmura de gozo.
O seu esboço, na marinha turva...
De pé flutua, levemente curva;
Ficam-lhe os pés atrás, como voando...
E as ondas lutam, como feras mugem,
A lia em que se desfazem disputando,
E arrastando-a na areia, co'a salsugem.
Camilo Pessanha
2 comentários:
Lindo o poema do Camilo Pessanha. É bom rele-lo aqio hoje;)
Gostei deste post, com belissimo poema e uma imagem muito bem escolhida a acompanhar, algo de diferente ao que estou habituado a ver por aqui,mas soube bem ler, abraço.;)
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