04/11/2010

..merci!

"...Paris sera toujour Paris" dizem, mas ainda assim nada se compara ao azul céu de Lisboa nem a luz que o calcário transmite às nossas fachadas.. Os famosos telhados de paris com os seus gatos e águas furtadas não se comparam com o bailado geométrico que a vista alcança no miradoro de São Pedro de Alcântara. E nem a arquitectura do mestre Haussmann se compara com o burlesco de uma alfama ou uma mouraria. Lá e cá as ruas são sujas, muitas vezes por incúria e desleixo dos transeuntes que vêem em cada recanto a oportunidade de aliviar a pedra no rim, ou um bom local para guardar a beata preventiva ou o lenço usado e abusado. Se Paris tem glamour, romantismo!? se ouvimos a concertina ou lemos um poema sentados no Les Deux Magots? Sim. Sente-se, sabe bem...e é caro! Não sei com é possível beber um simples expresso e pagar com se estivessemos sentados na Place Vêndome na loja da Cartier a escolher um diamante. É certo que o sabor tem um sabor especial [a caro!] mas nada se compara a um bom delta ou mesmo a um nicola no quiosque mais próximo. A baguette essa sim é uma instituição, e nada como circular debaixo do sovaco para dar aquele saveur de nouvelle cuisine. Na rua vendem-se sobretudo as famosas baguettes, os crepes e os inevitáveis cachorros, nesta altura também castanhas assadas na chapa!  Mas nada como para numa patisseire para nos deixarmos encantar pelo turbilhão de sensações organoléticas num simples olhar. Enfim o chef recomenda...mas nunca para apenas um fim de semana. Paris só se absorve na totalidade com pelo menos uma semana. Outra coisa curiosa é que em qualquer um dos bairros, o estacionamento dos carros é uma espécie de bilhar Às três tabelas, muito ao jeito do inspector Closeau. Tudo que seja mais do que 20 cm entre cada pára choques é um excesso, pelo menos têm a garantia que os pára.-choques são utilizados para a função. As francesas têm uma magia um je ne sais quoi...são bonitas e charmosas, e geralmente andam acompanhadas com o seu cão de raça [nada do frugal vira latas!]. Curiosamente e ao contrário do que o Stephen Clarke referiu no seu livro a Year in the Merde, o cão francês não é tão generoso como o português que deixa cadeaux em tudo o que é metro quadrado de calçada. Outra particularidade de Paris...tal como outras cidades cosmopolitas, é barulhenta e habitada por seres de todas as proveniências e mais algumas, de tal forma que ao descer alguma zonas não nos apercebemos se estamos no Martim Moniz em hora de ponta ou na Boulevard de Magenta. Paris é uma cidade pequena, os arredores é que se perdem de vista. A rede de metro é densa como Londres mas incrivelmente fácil de decorar [aqui em Lisboa perco-me com tão poucas linhas], mas ainda assim com tantos locais de interesse para visitar, nada com andar a pé e sentir na pele a vivência da cidade. Em suma...tenho que lá voltar nem que seja para perder dois dias no Louvre!...ah!...é engraçado ouvir um francês a tentar falar inglês!!




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