12/07/2020

Color me blind



Num momento em que o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa navega num bote à deriva, ao ritmo do caudal da corrente alternada com que magnetiza o seu discurso, acho simpático distrair os lisboetas e os pouco turistas que por cá vagueiam com ruas pintadas em tons de arco-íris! Espero sinceramente que os serviços do urbanismo tenham em atenção as elementares regras em termos de tons das fachadas e compatibilidade com as caixilharias. Já agora uns graffitis para dar um cunho ainda mais moderno?

Neste momento não sei o que é mais nocivo: se as listas vermelhas na Europa, se o AL ou o Airbnb, mas tenho a certeza de uma coisa: a atitude titubeante do Governo e a subserviência aos países ditos “amigos” é de bradar aos céus. Lá está é tudo uma questão de interpretação da cor. Neste particular somos daltónicos.

O sucesso do desconfinamento será sempre proporcional ao tamanho da recessão. Talvez. Seria verdade se cada um cumprisse aquela regra básica de utilizar máscara ou se cumprisse rigorosamente o isolamento preventivo nos casos referenciados pela literatura. Mas aparentemente é mais fácil deitar fora as máscaras verdes e azuis para o chão da rua, do que sofrer a humilhação de as utilizar junto dos seus pares. Colocar no caixote do lixo jamais! E isso de ficar em casa a ver a tonalidade das paredes não é opção quando numa esplanada se está verdadeiramente melhor.



Há uns anos atrás, um banco em tons de verde colapsou e transformou as nossas vidas num buraco negro que ainda hoje não se vislumbra. Se alguém souber do paradeiro de uma das auditorias – basta uma - que entretanto foram produzidas, que acenda uma pequena luz para termos alguma noção de decoro.

O Governo vai começar a monitorizar os discursos de ódio nas redes sociais. Não era preferível transferirem essas competências e esforço para ampliar as equipas que tentam fazer a despistagem epidemiológica nas Região de Lisboa e Vale do Tejo?

Tenho uma sugestão: passar as conferências de imprensa da DGS do horário de trabalho para antes do Preço Certo e reduzir o número de intervenções. É uma opção win-win:  a DGS tem mais umas horas para actualizar as listas excel em vez de utilizar o programa da OMS que é mais intuitito, user friendly e de borla e ainda, A família está toda reunida e podem discutir  o tema de uma forma mais ponderada e assertiva e, last but not the least ,a produtividade no trabalho aumenta pois são menos 10 minutos discutir as variações percentuais do dia anterior.

...gostava de sonhar a cores, mas é cada vez mais difícil quando a  realidade se revela em tons preto e branco.

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