01/02/2008

..como descascar uma cebola!?

...é que se chama de tirar esqueletos do armário!

Mas o facto que mais me espanta ao saborear as páginas do Público é o indiscutível mau gosto que o jovem engenheiro de então revelava na concepção da amálgama urbanística que estava a projectar! Felizmente, o seu legado não se prepetuou até aos nossos dias, senão a Guarde se transformava num autêntico Cacém. Mais, até as bizarras urbanizações tipo caixote no pouco All Garve que ainda hoje "sobrevive", parecem espelhar um pouco mais de salubridade visual!
Mas enfim! o que deve ser realçado nisto tudo é atentativa forçada de os jornalistas se transformarem em paladinos do puritanismo, como se o simples facto de qualquer pessoa ter uma nódoa no seu passado, seja hoje motivo, para ser liminarmente atirada à lama!
É lógica do vale tudo a sobrepôr-se à força da razão e da seriedade! Não querendo proteger o acto, o qual deve ser obviamente censurável- a ser verdade!- por uma questão de ética deontológica, não deixa de ser um triste espectáculo, serem canalizados meios para descobrir os eventuais pecados ou omissões de uma figura pública como se isso fosse o garante da reposição da legalidade ou de qualquer tipo de justiça! Estes mesmos jornalistas provavelmente teriam feito um auto de fé ao escritor Günter Grass, e mesmo que o nosso PM começasse a descascar desenfreadaemnte cebolas, se vai livrar tão cedo do assédio moralista de uma determinada imprensa da escola do extinto e bem extinto Independente!A bem da tiragem, vasculhar sempre!

Haja seriedade, ou qualquer dia as aventuras do pequenino Sócrates na escola primária vão passar a ser alvo da mais refinada e decadente investigação jornalística. A bem da tiragem!


"A cebola tem muitas camadas. Existem em maioria. Mal é descascada, renova-se. Cortada, provoca lágrimas. Só ao descascá-la fala verdade. O que aconteceu antes e depois do fim da minha infância, bate à porta com factos e decorreu pior do que o desejado, quer ser contado às vezes assim, outras de maneira diferente e conduz a histórias de mentira."


Günther Grass in Beim Häuten der Zwiebel

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