13/07/2008

...le roi est mort, vive le roi

Estado da nação...falar em estado da nação traz-me à memória aquele álbum dos Supertramp “Crisis? what crisis?”...mas qual é o estado? O Ministro da Economia um dia destes veio a público anunciar o fim da crise, ora porra!
Para ser sincero não acompanhei o debate na Assembleia da República porque a essa hora estava a trabalhar, mas não perdi pitada dos ‘highlights’, ‘sound bytes’l, e comentários afins. Ouviram-se lamentos e desculpas de um lado da barricada, com o ónus da situação económica internacional, assobios e apupos do outro lado da paliçada. Não foi uma representação circense como adjectivou esta semana alguém, mas foi mais uma vez, uma triste representação. Nada de novo e concreto, nada de substantivo e optimista. O governo apresentou-nos a mesma cartola de sempre, o coelho que já toda a gente conhece de cor e salteado. Do lado da oposição, nem o malabarismo verbal do novel líder da bancada laranja se destacou da verborreia das restantes bancadas da oposição. Se calhar o Alberto João tem razão...a verdadeira oposição reside no Funchal. O tempo urge, soluções são necessárias. Se me perguntarem qual é o estado da nação eu diria que é quase tão mau como o novo disco da 1.ª dama francesa. Mau. Mesmo muito mau. O estado da Nação estás nas imagens transmitidas esta semana daquele bairro em Loures, está nos desacatos na praia da Torre, está por exemplo no cofre do estacionamento da maternidade Magalhães Dinis, está nas casas que o portugueses entregam aos bancos por impossibilidade de pagar as hipotecas, está na ilusão que centenas de km de TGV, uns tantos milhares de km de auto-estradas e mais uma dúzia de projectos PIN podem contribuir decididamente para o sucesso e competitividade do nosso país. Alguém me consegue explicar por que é que eu tenho que construir uma auto-estrada se posso ter uma IP!?...alguém me explica porque é que das dezenas de projectos PIN (nem discuto o interesse nacional de alguns pois ainda não vislumbrei!!) apenas 17 estão em condições de arrancar. Alguém me explica porque é que o nosso ministério da agricultura devolveu 350 milhões de euros de ajudas que não foram utilizadas, quando existe crise no sector? Alguém me explica porque é que se continuam a construir prédios e mais prédios, porque é que existem projectos faraónicos para a frente ribeirinha de Lisboa, quando a cidade cai de podre e arde com a mesma voracidade de um paiol?

Talvez seja uma versão demasiado...Velho do Restelo, mas não deixa de ser curioso que ano após ano, independentemente da cor do governo o estado é sempre o mesmo!...Vive le roi.

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