08/12/2009

Ver para crer, acreditar sem ver...

...as Comissões da Assembleia da República são na sua grande maioria um vácuo de oportunidades perdidas na busca da verdade que muitas das vezes é só meia. A moldura política por detrás do conceito é talvez um pouco abjecta, e não raras excepções conclui-se não concluindo nada de substancial. Isto a propósito da nova ofensiva contra a dita Fundação que curiosamente foi fundada pelo PSD e o programa de financiamento da jóia da coroa: o Magalhães. Tal como o António Barreto definiu e muito bem , o “bezerro de ouro” da cultura, ao qual acrescento eu o alfa e o omega do ensino em Portugal.

Tal como o sociólogo, acredito nas virtudes do computador como ferramenta de trabalho, e comungo ainda mais da ideia que é no livro que reside a verdadeira transmissão do saber. Eu e as traças! Digamos que nada me enche mais prazer do que sentir o tacto do papel, o cheiro da tinta. Certamente que não será por uma questão hormonal, mas ler a partir do ecrã e ter a experiência sensorial de tocar, sentir, é como comer com os olhos. Sabe a pouca de nada. Mas o que está aqui em causa, não será tanto o computador em si, mas o facto de o financiamento estar envolto em esquemas bizarros. Eu como sou [felizmente] ignorante na matéria, faz um pouco confusão o Estado criar a Fundação das Comunicações Móveis, para administrar os dinheiros do estado, fundação esta com um estatuto jurídico que a coloca para além da alçada dos poderes legais, mas com a agravante de servir fins vários para os dois principais partidos. Sim porque queiramos ou não ambos já devem ter beneficiado da ditosa fundação, imune a acórdãos do Tribunal de Contas e longe dos olhares discretos, até agora. Veremos se a comissão se torna uma verdadeira lavagem de roupa suja. Seria no mínimo interessante, depois do espectáculo triste da comissão que investigou os caso na banca.

Confesso que só irei acreditar nas conclusões de uma qualquer comissão, quando for constituída por gente séria, o que está longe de a realidade actual. Nem São Tomé conseguiria demover a minha incredibilidade relativamente ao panorama actual.

Bem, esquecendo a arena das feras, falemos de circo. Fui ao circo [a contragosto] e posso afirmar aqui em directo e em primeira mão que fartei-me de rir. Foi o tónico que estava a necessitar. Duas horas bem passadas ali em Algés. Circo Richards Bros. Sem espalhafatos, sem animais selvagens, sem números suicida. E pasme-se, casa cheia! todas as sessões de hoje esgotadas. É certo que estamos na época por excelência dos circos, mas soube realmente muito bem voltar a sentir o fascínio [perdido] de ir ao circo. Digamos que foi o meu momento “cinema paraíso”. Vi e acreditei.

1 comentário:

Sofia Carvalho disse...

ahahhahah. Já percebi uma coisa. quando estiver com a neura, basta-me vir ler-te aqui que a minha natural boa disposição volta logo depois de dar umas boas Gargalhadas...
compreendo-te tão bem no que toca aos livros:.."Digamos que nada me enche mais prazer do que sentir o tacto do papel, o cheiro da tinta..."
Raios, se me tiram esse prazer, embruteço de vez;)...