03/02/2010

...nos tempos da vaselina

...depois de ter assistido aos primeiros minutos do Prós e Contras desta semana, no instante antes do comprimido de Actifed fazer efeito, ainda tive tempo para me rir um pouco dos do autêntico genocídio da política económica do Governo, com particular enfoque nos comentários cáusticos dos profetas da desgraça da praxe. Não que não tenham uma certa razão, mas pelo facto de nenhum deles apresentar a pedra filosofal ou qualquer coisa que tenham o efeito terapêutico próximo ou semelhante à vulgar aspirina [passe a publicidade à Bayer!]. Não quer isto dizer que nenhum deles não tenha à sua maneira, o toque de Midas, pois todo o raciocínio por eles explanado, mais percentagem ou menos devaneio, bate certo com a realidade factual.
Curioso é que todos eles, advogam no seu intimo ou uma perda dos salários, tectos nas reformas mais elevadas [esta assino por baixo!!], sempre com o ponteiro na contenção da despesa. Nem vou discutir pois só restam duas combinações possíveis: ou pela receita ou pelas duas em conjunto, o resto são opções ideológicas.

Entretanto ,enquanto o nosso ministro das Finanças perde os estribos e a paciência com os clientes de retorno absoluto do BPP, e ataca ferozmente as agências de rating [é paradoxal como as mesmas foram a causa da crise mundial e ainda os mercado lhes dá ouvidos!!], diz o velho ditado popular, quem semeia tempestades....moral da história, o credit default swap da dívida portuguesa subiu em flecha [seguro para cobrir o risco de incumprimento] e o "spread" das obrigações do Tesouro Conclusão subiu para valores recorde. Bem razão tinha o Perez Metelo hoje no Jornal da TVI [reparo, só o vi porque estava a ver o Braga a ser eliminado da taça de Portugal]. Isto tudo a propósito de uma coisa tão simples como 0,04% do nosso PIB ou em miúdos, a Lei das Finanças Regionais.

De súbito, sem que nada o fizesse supor e ultrapassada a questão menor do OE2010, a Lei das Finanças Regionais surge como o tema fracturante do momento [e como nós gostamos deste temas!!].

Na minha singela opinião, numa altura em que cabe ao Estado criar condições para que a economia funcione, restringindo a despesa pública que neste momento está absolutamente descontrolada, em que a todos são pedidos sacrifícios, o timing escolhido pela oposição para a aprovação da insidiosa lei, é imoral e profundamente inoportuno. Não faz qualquer sentido. Daqui a um ano, daqui a dois, mas não agora. Independentemente do valor em questão, tudo o que o país não necessita é de uma crise governamental. Se o Governo cai[não por obrigação frise-se! Pois tem condições para tal!] o Pais passa a viver de duodécimos [trocos!], com as consequências já conhecidas e todo o tecido produtivo que depende e trabalha com e para o Estado estagna. A economia pára! Todos sabemos que nesta altura o Estado é o motor da economia. O resultado nem quero antever qual será!

Falemos então da Grécia. A Grécia é um país curioso, de economia pujante a economia à beira da bancarrota num lapso de segundos. Curiosamente, tal com nós o risco de incumprimento da dívida da península do peloponeso subiu ao monte Olimpo, pois o mercado [ as tais agências de rating] não acreditam que a UE vá “sacrificar cordeiros” em honra das vestais gregas. Curiosamente, os espartanos [as agências de rating] também devem ter dado ordens para que a paridade do euro/dólar desça pois acreditam que a UE sempre vai “sacrificar”os tais incautos ovinos.

Sinceramente à primeira não encaixei bem o raciocínio subjacente , mas depois de ler que na emissão da dívida pública da Grécia, a procura superou e de que maneira a oferta, entendi finalmente. Podemos ser feios, porcos e maus, rotos e nus, uns párias e uns desgraçados, mas há-de haver sempre quem nos queira ir ao dito cujo para ganhar uns trocos!..a bem da economia de mercado.


PS:mas aqui que ninguém nos ouve, baixinho...o nosso PM está mortinho por sair do pântano , digam lá?...tenho que faalr baixo senão passo a ser também eu, um problema por resolver!

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