20/08/2009

...olhar


...e assim se passam estes dias, num misto de alegria estampada no rosto, pela subtileza da bonomia destas gentes e com a ténue sensação que muito mais há para reviver. Ainda ontem, na praia de moledo para um café matinal com a brisa atlântica, primeira paragem de um périplo ao longo do rio miño que os dois povos une. Paragem em cerveira e para lá da ilustre terra que o cervo do alto contempla, um almoço por paragens de melgaço. Serra acima, por entre a terra nua de pedra, ao longe o castro laboreiro avistámos e daí muita mais terra contemplamos. Mais abaixo, uma entrada fugaz em território galego, e um encontro fugaz com duas sombras que num sotaque mui galego nos avisavam que para além do caminho, era o fim do mundo. De novo em rota certa, dos espigueiros do soajo, serra abaixo até aos arcos que o vez mergulha, e de novo sem que a noite se atrevesse a acabar o dia, nova subida até às poças que o monte inunda. Amanhã, talvez novo relançe sobre as margens do lugar de ponte que a rainha fez vila, e quem sabe um último olhar numa qualquer rua...

3 comentários:

Sofia Carvalho disse...

Se viveste 6 anos por aquelas bandas, só posso dizer que és um felizardo.A maior parte dos destinos que precorri já conhecia, mas de vez enquando tenho que voltar novamente lá, e quando volto, fica sempre aquela velha nostalgia que ainda não consegui perceber bem porquê...Passear-me por aquelas planicies, a ouvir Tom Waits no mp4(a musica ajuda a interiorizar mais as coisas)foi uma sensação inesquecível...E para os aventureiros e para quem tem um espírito meio selvagem é impossivel ficar ibdiferente aos 1900 e tal quilometros que preocrremos em 6 dias!!! Começo a compreender Jack Kerouac quando escreveu pela "estrada fora"...
Foi um choque chegar ao Minho, confesso, ainda estou a sonhar...Presumo que tenhas gostado do minho, é bonito, verde, mas às vezes tem demasiado gente para o meu gosto!!! As tuas fotos estão fantásticos, e então os teus textos....

O ovo estrelado disse...

....não vivi propriamente na terra que o Manuel Alegre disse ser a última utopia num dos seus poemas!! andei por lá durante 6 anos [em trabalho] e percorri os recantos mais singulares, a maior parete deles fora dos circuitos turísticos!! andei por trilhos e caminhos esquecidos que muitas vezes só de todo-o-terreno ou mesmo a pé!!...mas posso dizer que conheço bastante bem o Alentejo...chegaste a ir a Serpa!?...em Serpa as maior parte das casas as portas e janelas debroadas de cinzento...à noite parece que estamos num filme a preto e branco! e nós um dream in technicolor!...

Sofia Carvalho disse...

Sim, fui a Serpa. Percurso: santarem, Cruche, Montargil, portalegre, marvão, elvas, evora, badojoz, serpa, estremoz, monsaraz, maurão, grândola(acho q ainda me falta algo)...foi cansativo! preciso de descansar das minhas férias agora;)