17/04/2010

O Cume Manso


...o que é que o arenque fumado tem a ver com o fervor jacobino da actualidade? Tudo e um pedaço de nada.... um pouco a começar pelas cinzas que um buraco na crosta terrestre cujo nome só me arrepio de pronunciar dada a dificuldade em traduzi-lo para o português suave do novo acordo ortográfico [içi!]Como se não bastasse o facto do islandeses só terem parido a Björk e o bacalhau, e nada mesmo nada poderem oferecer ao mundo civilizado cá deste lado, e pior do que isso, se recusarem pagar a bancarrota do país dos pescadores, nada de melhor do que agora virem estragar a visita de Estado a Praga do nosso Presidente & notabilíssima comitiva, e empestarem os céus da Europa [a Europa a sério! aquela que tem a dívida pública controlada!] com um cheiro nauseabundo a ovos podres. Não tivemos a greve dos pilotos que iria desgraçar definitivamente a situação financeira da TAP, mas temos uma nuvem piroclástica que está a deixar os controladores de tráfego aéreo numa estranha sensação Zen, e o pessoal de terra com os nervos em franja. Que o digam as senhoras que lavam as casas de banho públicas no nosso aeroporto!
Tenho uma amiga que neste momento deve estar mal amanhada com um francês à pressão no meio de algumas palavras de português, com os nervos em franja e uma vontade enorme de passar a fronteira portuguesa com a mesma celeridade com que apanha o comboio [sem ser pisada]. A ela e ao nosso Presidente Aníbal e sua esposa que tão generosamente deram uma esmola de trocado aos artistas que tocavam na ponte Carlos, desejos de uma boa viagem. É sempre bom receber os nosso compatriotas que andam lá fora a ganhar a vida! É dura esta vida de emigrante mas as vistas são boas! Não se esqueçam é de ser mais generosos para com o motorista!

Mas eis que de repente, o nosso governo jacobino, que tanto empenho dedicou na retirada de todos os símbolos religiosos de tudo que fosse edifício do Estado [falta provavelmente as chagas de Cristo na bandeira nacional!?], e que igual frenesim apostou nos temas fracturantes que encheram os jornais, as revistas de cordel e a blogosfera, sempre com o fino propósito de restaurar o socialismo moderno contra a vontade e doutrina da sacro santa igreja, sobe ao púlpito e oferece uma folga aos funcionários públicos por altura da visita do Santo Padre! Cai o Carmo e a Trindade, a CGTP, a UGT e até o ex-sindicalista actual patrão da CIP! Eis que de repente todos os cento e tal mil que geralmente enchem as manifestações em Lx e mais os restantes se unem contra a benesse do governo, e numa singularidade matemática [está é boa para o Pearlman desvendar!!] decidiram contestar veemente tamanho pecado governamental. Um verdadeiro assomo de intolerância por parte das confederações em vésperas da visita de Sua Santidade, logo numa altura crítica para a Igreja Católica. Alguns “padres” levaram a séria a expressão do crime de colarinho branco e durante anos a fio, conduziram uma série de crimes estúpidos e cruéis, um pouco ao jeito dessa figura iconográfica do padre Frederico, herói televisivo na praia de Copacabana. Pena é terem sido denunciados só agora [tarde demais!] face à demora [?] do tribunal eclesiástico da Santa Sé [um pouco à semelhança com o que se passa com a morosidade da nossa justiça]. Pouco ou nada se fez, muito terá ficado emparedado no muro de silêncio confessional, parte por ventura nas catacumbas da vergonha. Mas olhemos bem para a onda e o sentimento que se vive um pouco em cada pedaço de conversas soltas e notas divagatórias sobre o assunto. É uma mancha que se espalha a uma velocidade vertiginosa. De tal forma que a generalização passa a ser arma corrente dos pobres de espírito. Pedófilos há os em todas as classes sociais, credos religiosos e profissões. A pedofilia é um crime mas não tem um rosto definido. Infelizmente os frescos da Capela Cistina e o mármores que Miguel Ângelo legou ainda não inspiraram a divina providência da Santa Sé. Seguem-se as declarações infelizes de alguns ministros da igreja e certamente um perdão tardio. E puor si muove...mansa, como algumas tias, dizem!

Mas como diria o outro,o povo é manso...e as tias também, segundo dizem!

(Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, e ainda bem!)

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