16/10/2007

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...é difícil não sentir o seu aroma, aliás o tormento começa logo de manhã como raiar do sol. Por falar nisso hoje assisti a um nascer do sol absolutamente fascinante que coloriu com tons quentes a entrada da barra do Tejo...voltando ao assunto, mal saímos do expresso do oriente o sabor do mar e o fumo das velhas máquinas a carvão enchem o ar com uma névoa de essência a castanhas assadas.
Sopra uma brisa fresca, mas o repasto é demasiado farto e a oportunidade escapa-se por entre a correria para não perder aquela carreira que não tarda, abala para outras paragens.

O festim fica na memória, e o desejo é saciado já a escuridão encobre o manto de estrelas. A placa não engana "Castanhas do Norte" e o preço já tem tantos anos como as rugas que cobrem a cara da velha que conta os tostões em silêncio.

"É uma dúzia!"- ela olha para mim e com os dedos gastos pelo tempo, dedilha uma a uma com a ternura de quem vê partir mais uma entre muitas.

E assim prossigo, por entre as calçada que se esconde na noite e as sombras de outros passos acelerados.

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