03/05/2008

...cá e lá muitos maios

Há 40 anos, estudantes franceses revoltaram-se contra o sistema político do pós-guerra. Estava no poder o general De Gaulle. Era época singular em que a liberdade ainda era uma palavra vã, em que não havia desemprego entre os jovens, mas cujo espírito pacifista e rebelde levou multidões de jovens de todas as proveniências e estratos sociais a lutar por uma sociedade diferente. Passados estes anos, por cá, são os professores que marcham! Os alunos apenas imploram por um futuro com emprego. Nada mais. Para a direita o Maio de 68 foi um acidente, para a esquerda um movimento. As mesmas pessoas que atiraram pedras e paus, que incendiaram carros e consciências são hoje os pais dos políticos cinzentões que inventaram a globalização, as famosas novas ordens mundiais neste ou naquele assunto e que se tornaram verdadeiras máquinas trituradoras das liberdades sociais um pouco por todo o mundo. É caso para dizer que apesar da corrente de liberdade de expressão, sexual, pensamento, entre outras liberdades, falharam rotundamente na educação que deram aos filhos!

O presidente Sarkozy, que na altura cultivava os seus 13 anos (curiosaidade), num inflamado discurso à um ano, em plena campanha eleitoral para o Eliseu referindo-se aos “herdeiros esquerdistas", culpou-os pela crise de falta de moralidade, da autoridade, do trabalho e da identidade nacional.

Por cá, na semana passada no DN alguém disse que o eventual desinteresse dos jovens pela política partidária seria um bom sinal. Seria o sinónimo de uma sociedade falhada, construída pela geração do 25 de Abril, e que eventualmente poderia estar a prazo.

Lá e cá são maios de contestação, maios de descrença no sistema...e muitos mais!

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