11/02/2009

...Ser ou Não Ser

Dia 1

...os pormenores da lesão ficaram na rampa de acesso ao comboio. O mais curioso foi o percurso hospitalar. Como não consegui andar tomei um táxi até casa indo daí para o SFX onde me aguardava uma maratona de 3 horas (nada mau nos tempos que correm)...tempo esse que foi passado a ouvir as consultas que iam decorrendo na urgência, cortesia dos médicos distraídos que por sistema ou por negligência deixavam o intercomunicador ligado...surreal mesmo! Mais ainda depois de ouvir os tristes comentários que alguns médicos fazem! Chegada a minha vez, lá fui...agarrado às paredes!! Ninguém me ajudou!...da consulta nada de novo o médico s
Ó ficou admirado pelo facto de me terem tirado uma radiografia pois no meu caso era completamente indispensável já que se tratava de um problema muscular!?...simpaticamente disse-me que necessitava de umas canadianas, de uma meia elástica repouso e pomadas..ah! e que me dirigisse ao médico de família para ele me passar uma credencial para uma ecografia!...curiosamente não me passou qualquer receita..parece que não tinha autocolantes!?...nem envelopes para colocar o relatório que redigiu!! Chamei o meu chauffer de serviço e lá fomos a uma farmácia. Eram já quase 23 horas...chagados À farmácia consegui a meia elástica...as canadianas nem por isso pois! não cabiam no cubículo por onde comunicava!!...cheguei a casa cheio de dores, mas o pior estava para vir.

Dia 2

Acordar cedo para ir comprar canadianas...entretanto descobri que não conseguia andar bem, mas conseguia conduzir menos mal! O corpo humano tem destes enigmas!...lá arranjei umas “amigas” depois de desesperar à procura de uma farmácia aberta!...chegado ao Centro de Saúde, depois de ajudado por todos os santos e mais alguns, dei de caras com o meu médico de família que tratou de imediato do assunto!...sem problemas nem complicações burocráticas...até me marcou uma consulta coisa que uns dias antes me teria sido negado pele pessoal administrativo...e lá fui! Na primeira clínica, fui recusado, pois vinha do SNS, na segunda clínica, recusado fui pois vinha do SNS, na terceira clínica fui relegado para o fim de Março (talvez por vir do SNS), na quarta clínica foi admitido na lista de Abril (decididamente pelos mesmos motivos!!). Comecei bem disposto, passei pelo estado de desânimo e terminei na revolta e desespero!...felizmente um telefone resolveu o meu problema. Ia a caminho de casa, passavam 15 minutos de ter saído da empresa então posso accionar o seguro de acidentes de trabalho, elementar caro Watson!! Foi o que me safou. Nesse dia da parte da tarde estava no Hospital da Luz, fui atendido pela médica mais simpática dos últimos tempos...e ficou agendada uma ecografia para meio da próxima semana. Entretanto cá fora já me esperavam as tomas dos comprimidos e os unguentos do boticário!...rápido e eficientes. Com um senão...não se compreende, como é que num hospital privado no séc. XXI seja necessário transpor tantas portas pesadas para chegar do parque de estacionamento até ao simples consultório do médico!?!? E pesadas por sinal!! Felizmente que em algumas tive a sorte de apanhar alguém cortês para me ajudar a abrir mas...não se compreende. Até num centro comercial é mais fácil circular!!...cheguei a casa cheio de dores depois de andar a pedir “esmola pelas capelinhas”. Agora estou de baixa! É uma novidade, nunca tinha faltado desde 1996! Espero que tenha sido a última vez, pois não é agradável!...só ainda não entendi uma coisa:

PORQUE É QUE OS DOENTES DO SNS SÃO TÃO DISCRIMINADOS!? PORQUE É QUE O ESTADO PAGA A CLÍNICAS E HOSPITAIS PRIVADOS SE SOMOS EXCLUÍDOS!?

..última nota: Sr. º Presidente da CM Oeiras...não acha que os passeios deviam ser mais “amigáveis” para pessoas que andam com limitações!??! Recomendo-lhe uma manhã com duas canadianas pelas ruas do seu município!!

1 comentário:

Nasci Maria disse...

Txiiiiiiiiiiiiiiii

Só tu para fazeres um post destes!

Diz aí ao teu povo que nada como ter um problema com limitações que nunca se esquece desses pormenores.

Nisso tem que se gabar o nosso Campelo que nunca se esquece das pessoas com limitações nas suas obras.