09/01/2009

...reprise

...comecei hoje a ler "O cão e os Caluandas" do Pepetela. Já li metade enquanto enregelava na paragem à espera do autocarro que hoje, a bem da lusofonia, atrasou-se. O livro é um manto de pequenas estórias com o denominador comum: um pastor alemão- um cão burguês, segundo o narrador, que erra pela cidade de Luanda algures em 1980, à procura de não se sabe bem o quê, mas que em cada episódio, deixa uma marca. Em simultâneo, algures numa quinta em Luanda um buganvília cresce, apesar de também ela ter sido "vítima"de um encontro com o dito pastor-alemão. E à medida que o cão se entrecruza com diferentes vidas, somos envolvidos por uma prosa poética mas muito simples, entretanto a buganvíla continua a crescer...devo acabar nas próximas paragens de autocarro, ou ao sabor da brisa que as gaivotas me sussurram, enquanto não apanho o comboio! Entretanto a buganvília há-de florir...
...hoje lembrei-me desta música



...estávamos em 1985 e tínhamos um trabalho de inglês para fazer. Lembrei-me de fazer qualquer coisa diferente, pois estava farto da tradicional cartolina com os recortes e as folhas escritas na máquina de escrever (outros tempos!!). O ZX Spectrum era a coisa mais parecida com um computador, mas a impressora era pequena e o papel térmico degradava-se rapidamente. E porque não fazer o trabalho em cassete!?-perguntei eu.
parênteses: naquela altura a cassete e o vinyl ainda reinavam!
...e assim foi!peguei na minha mesa misturadora, o gravador do spectrum e o gira-discos e toca de inovar. O tema foi a história dos Pink Floyd. Foi aqui que começou o meu romance com o grupo (que até aí suportava o q.b.). Cada um escreveu uma parte do texto e no fim emprestei a minha voz e o o PTT emprestou a sabedoria dele no tema. Um dia inteiro em gravações, cortes e montagens e por fim um Muito Bom! Não sei onde pára a cassete, mas tenho pena, apesar de não gostar de me ouvir (nem de ver em fotografias, acrescento)....foram 3 anos memoráveis! Depois surgiu a faculdade e cada um rumou ao seu destino. Fica sempre a memória e a música que me deixou.
...alguém tem por aí lenha!?

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