12/01/2009

...wasted years

...ia a passar no corredor dos dvd musicais e ouvi uns acordes centenas de vezes familiares ao meu ouvido. Parei e debrucei a minha atenção auditiva enquanto folheava um livro. Ao meu lado um casal de namorados falava. Ela estranhava o facto de ele estar a ouvir aquilo..."porque é que estás a ver isso?"- perguntou ela. "o meu pai ouvia isso quando tinha 18 anos, vá anda embora!"

Nota do autor: os acordes em causa estão
no quadradinho acima basta premir a tecla Enter, mas antes não se esqueça do
queijo e da salsa para colocar nos frágeis ouvidos

Ri-me para dentro. Até eu me senti velho...mas continuei a folhear o livro. Acabei por não o comprar! O Lobo Antunes tem uma certa razão quando à semanas disse no Porto que os livros são "indecentemente caros". Eu reitero, vergonhosamente. É triste chegar à conclusão que numa vulgar feira de antiguidades, ou num livreiro esquecido, é possível comprar livros amarelecidos pelo tempo a preços dignos! Hoje terminei de devorar o livro que comecei a ler na sexta-feira, foi-me emprestado e tive que morder o meu vício de dobrar o canto direito, o marcador dos buracos negros de leitura. Entretanto já estou com outro em bom ritmo, "Aquela Madrugada no Ritz" o segundo romance de Joel Costa. Retrata a época pós-Salazar de uma maneira realista e desprendida de preconceitos. É uma época da nossa história onde tudo podia ter acontecido, mas por acasos do destino, tudo se precipitou em algo grandioso: a Liberdade. Se nada tivesse acontecido e continuássemos na primavera da continuidade, provavelmente não poderia estar a falar neste fórum, com "a liberdade possível".

E é para isso que os livros servem: para encontrarmos aquilo que ignoramos...e para podermos dobrar o cantinho da página, também!

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