04/01/2009

..serenata de morte

...isto hoje começa algures num acidente de aviação Canal da Mancha, passando pela França ocupada e termina lá para as bandas da Faixa de Gaza. Completou-se à duas semanas o 64.º aniversário da morte (desaparecimento) de Glenn Miller, do qual felizmente tenho um gosto especial em ouvir sobretudo quando estou In the Mood. Do vasto reportório, vem-me sempre à memória auditiva o clássico "Moonlight Serenade", uma das mais brilhantes peças de swing. E hoje foi um desses dias. Por entranhas e acasos do destino, estive hoje em casa de uma ex-membro da French Resistence, e foi com alguma curiosidade que recuei na história. Foi enfermeira voluntária e combateu a tirania de uma Alemanha fascista no berço da democracia. Ora é isso mesmo o que os ventos e guerra nos anunciam lá para as [poucas] bandas da antiga Palestina...a luta de um povo ocupado pela opressão de outro. Mas a questão aqui torna-se mais complexa!





Suponhamos que moramos em Beersheba...e de repente caiu um rocket Qassam!...no dia seguinte vamos alegremente no nosso caro e...cai outro...e assim
sucessivamente, durante dias a fio, semanas a fio. Uma espécie de terror não
anunciado, de morte que espreita sem aviso!




(esta fotografia é da Associated Press por isso caso se sintam
ofendidos eu não me importo de a retirar e em sua substituição coloco um
fundo a negro)

Suponhamos agora que somos uma pobre família palestiniana que está em casa na cidade de Al Mashahirah e de repente...a casa é atingida por uma rajada de helicópetro Apache! Queremos pão não há porque a padaria foi arrasada por uma bomba, queremos água, não há porque o depósito foi destruído, queremos fugir não temos para onde pois somos prisioneiros num rectângulo de 45x11 km murado à volta...

..quem é o culpado!?
..só conhecemos os rostos das vítimas!

2 comentários:

Nasci Maria disse...

Eu já não consigo ver estes rostos. Apago a TV.
As notícias hoje em dia são deprimentes, vou ver se registo palavras soltas. Mas algumas que me lembro logo pela manhã, no primeiro jornal do canal um, foram Crise, Guerra e Planos de urgência para o frio Polar... Não dá logo para deitar o leite fora, xiça! Pedi à Mami para desligar aquilo que já não suportava as notícias.

Recuso-me a ver. Posso e tenho que saber mas na hora que eu quiser e de preferência uma vez por dia chega bem.

A nossa imprensa também anda pelas ruas da amargura.

O ovo estrelado disse...

...é na dureza das imagens que encontramos força para enfrentar a adversidade!